Pequenos agricultores da cidade de Mogi-Mirim (SP) encontraram na extração de óleos naturais uma boa opção de renda. Por meio de um projeto feito em parceria com o Instituto Agronômico (IAC-Apta), de Campinas, em 2001, os produtores aprenderam a extração de óleos como o de eucalipto, citronela, vetiver e capim-limão. ''A iniciativa fez com que muitos agricultores aprendessem uma atividade diferente e investissem nelas'', conta o agrônomo e pesquisador José Guilherme de Freitas, do IAC. Freitas foi um dos coordenares do projeto, que contou com diversos pesquisadores de ervas aromáticas do IAC. Com a orientação técnica do IAC, os produtores animaram-se a comprar uma destilaria. Obtiveram um financiamento de R$ 30 mil na Nossa Caixa e a destilaria foi comprada por dez famílias, que atualmente se dedicam principalmente à extração de óleo de eucalipto. ''As terras da região possuem muito eucalipto. Aproveitamos isso para extrair o óleo e também iniciamos a plantação de outras ervas aromáticas, como a citronela'', conta um dos proprietários da destilaria, Praxedes Ribeiro da Silva. PRODUTOS DE LIMPEZA A destilaria produz, hoje, cerca de 50 quilos de óleo de eucalipto por dia, que é vendido em feiras e no próprio local por R$ 18 o quilo, além de empresas de São Paulo, Campinas e Pirassununga, que o aproveitam para a fabricação de produtos de limpeza. Para produzir 1 quilo de óleo são necessários 100 quilos de folhas de eucalipto. O projeto beneficia diretamente mais de 40 pessoas, que trabalham na extração do óleo. Os benefícios estendem-se também a outros produtores da região, que vendem as folhas de eucalipto para os integrantes do projeto. ''Como compramos as folhas dos produtores que não são nossos sócios, ajudamos outras 90 famílias aqui da região'', conta Silva. O próximo passo dos cooperados é a extração do óleo de citronela, que já está plantada nas propriedades. A citronela tem um rendimento menor do que o eucalipto: mil quilos de folhas rendem 6 quilos do óleo. ''O óleo da citronela é mais caro do que o de eucalipto. O quilo é vendido, em média por R$ 70'', diz o proprietário, que espera que a produção se inicie em 2009. Os agricultores da região também procuram uma parceria para ajudá-los na ampliação do negócio. ''Queremos uma certificação de que o nosso óleo é puro, além de elaborar embalagens, que poderão nos ajudar a agregar valor e expandir o negócio'', conclui Silva. INFORMAÇÕES: Praxedes da Silva, (0--19) 8149-0815