Frequentadores experimentam a falta da visão

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Por Nathalia Watkins
Atualização:

A experiência vivida no Nalaga"at é ainda mais instigante quando coloca o visitante na pele de um pessoa com deficiência. Em uma sala escura no meio do armazém funciona o restaurante BlackOut, servido apenas por deficientes visuais.Os clientes entram enfileirados, com as mãos no ombro do companheiro à sua frente, orientados por um garçom. A escuridão se mistura aos sons das conversas, barulho dos talheres e o sinos usados pelos garçons para não esbarrarem uns nos outros. Um a um, os visitantes são acomodados nas cadeiras e recebem orientações sobre onde estão seus talheres, copos e guardanapo e o que será servido. O café Kapish, à primeira vista, é igual a qualquer outro. Mas, além do cardápio, os clientes recebem uma lousa branca e uma caneta. O menu ensina sinais básicos de comunicação da língua dos sinais, apresentados também em um palco pelos garçons - todos com deficiência auditiva. Sempre sorridentes, eles se esforçam para ler os lábios dos visitantes. Em pouco tempo, o constrangimento inicial é diluído e a interação segue. Revolução. O palco transformou a vida dos atores. Genia Shatsky, de 57 anos, perdeu a visão e a audição há 23. Antes de ser atriz, trabalhava em uma fábrica que empregava surdocegos. "Não me sentia realizada nem feliz, mas continuava a trabalhar só para me ocupar. Nem era pelo dinheiro, por que me pagavam muito pouco", conta ela, com ajuda de uma tradutora. Embora tenha deixado a Rússia, onde nasceu, para estabelecer-se em Israel em 1995, ela acredita que a maior mudança de sua vida foi o teatro. "Hoje sou muito mais segura, muito mais feliz." O teatro também deu vida nova a Bat-Sheva Ravenseri, de 40 anos. Mãe de três filhos, ela nasceu sem ouvir e perdeu a visão na juventude. "Amo meu trabalho. Ele me ensinou a ser mais forte. Antes de começar a atuar, minha vida era vazia" conta.Hadar Nohari, de 25 anos, diz que adora trabalhar no centro porque "mostra às pessoas que somos seres humanos, não só deficientes. Agora, eu me sinto realizada."

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