A história de como Jennifer Webster, uma produtora de cinema americana, e Zsolt Buday, um arquiteto e cenógrafo húngaro, foram viver num casarão que pertencia a um barão de ferrovia em Buenos Aires é de sorte e trabalho duro.
Oito anos atrás, o casal vivia em Budapeste, mas uma viagem à Argentina os fez repensar a vida. A cidade estava prosperando, cheia de tipos criativos de todo o mundo, que foram atraídos por seus preços acessíveis e sua vocação cosmopolita. Jennifer percebeu que era o lugar ideal para uma sucursal da Pioneer Productions, produtora de vídeos publicitários que ela fundou na Hungria, nos anos 90.
Em junho de 2003, o casal passou a dividir seu tempo entre Budapeste e Buenos Aires, onde comprou uma pequena casa em Palermo Soho. Três anos depois, quando Jennifer engravidou, eles decidiram ficar na Argentina e começaram a procurar casa num lugar mais tranquilo. Um classificado online de uma casa estilo Beaux-Arts em Belgrano, um bairro elegante de ruas arborizadas, chamou a atenção de Jennifer.
Naquela primavera, eles compraram a casa de 743 m², do início do século 20, por cerca de US$ 300 mil. Os novos donos tinham bastante experiência com reformas, mas, mesmo assim, ficaram intimidados com a envergadura do projeto.
Seis meses e US$ 200 mil depois, a velha construção estava quase irreconhecível, com ambientes amplos e cheios de luz. No primeiro andar, ficam os dois quartos das crianças, um quarto de hóspedes e a suíte do casal. No térreo, uma cozinha de 50 m², conectada ao jardim. No outro lado da casa, fica o escritório, onde um velho teto com vigas enferrujadas foi descoberto durante a obra. O casal resolveu deixá-lo como estava, porque, segundo Buday, "uma ambientação moderna demais poderia ficar demasiado fria".
Outro sinal do tempo é o hall de entrada, onde a escada com corrimão de ferro forjado foi restaurada. O enorme porão está quase vazio, exceto por uma despensa e um estúdio, onde Buday desenha projetos de interiores para a Hungria. Morar e trabalhar em dois hemisférios tem seus desafios, mas Buday, que cresceu durante o regime comunista e tinha suas viagens limitadas, diz que vale a pena. "Jamais sonhei que um dia viveria assim." TRADUÇÃO DE CELSO M. PACIORNIK
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