Maratonistas têm dano temporário no coração

Maioria de 40 voluntários que praticam exercícios de resistência radicais sofreu leve impacto no ventrículo direito, que depois voltou ao normal

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Por MARTHE FOURCADE e BLOOMBERG NEWS

Os corredores de maratonas e outros esportistas que se dedicam a exercícios de resistência radicais podem prejudicar temporariamente o ventrículo direito do coração. É o que mostra um estudo publicado nesta semana na revista especializada European Heart Journal. A maioria dos 40 atletas que participaram do estudo superou o impacto sobre o ventrículo, uma das quatro cavidades que bombeiam sangue ao corpo, depois de uma semana. Cinco deles, porém, mostraram danos mais persistentes. Os cientistas chefiados por André La Gerche, pesquisador do St. Vincent Hospital da Universidade de Melbourne, quiseram comprovar a relação existente entre os exercícios de resistência e o funcionamento cardíaco em um grupo de atletas de elite da Austrália, que planejava competir em um de quatro eventos esportivos: uma maratona, um triatlo de resistência, uma corrida de mountain cross ou um ultratriatlo. Eles concluíram que, na maioria dos atletas, "o coração se recupera, tornando-se mais apto a suportar estímulo semelhante em seus exercícios no futuro", disse em um comunicado La Gerche, que trabalha no Hospital Universitário de Leuven, na Bélgica. "A questão é saber se em alguns atletas o exercício radical pode provocar danos dos quais o coração não poderá se recuperar completamente", explicou. Exames. Os participantes do estudo treinaram mais de dez horas por semana e não tinham conhecimento de problemas cardíacos. Eles concordaram em se submeter a uma ressonância magnética, exames de sangue e ecocardiograma algumas semanas depois da corrida, imediatamente depois do evento e de 6 a 11 dias mais tarde.Logo depois da corrida, o coração dos atletas mudou de forma, aumentando de volume com uma redução do funcionamento do ventrículo, mostrou o estudo. Os cinco atletas cujos corações não se recuperaram completamente no último teste apresentaram sinais de cicatrizes conhecidas como fibroses e haviam treinado e competido por mais tempo que os outros, disseram os pesquisadores. Nova frente. As conclusões do estudo não devem ser consideradas uma indicação de que os exercícios de resistência são perigosos para a saúde, acrescentaram. Mas abre caminho para novas investigações sobre a reação a exercícios de resistência radicais.

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