A empresa de consultoria e estratégia editorial Cases i Associats, que assessorou o Estado e o estadão.com.br nos últimos meses e já havia coordenado a reforma de 2004, tem sede em Barcelona (Espanha) e conta, entre seus diretores, com um brasileiro, o jornalista Francisco Amaral. Sempre monitorando o que há de melhor em design gráfico no mundo, a empresa já elaborou projetos para mais de cem publicações na Europa e América Latina. Entre elas, os ingleses The Independent e The Daily Mirror, o espanhol El Periódico e os italianos Corriere della Sera e La Stampa. O Grupo Estado se associou à Cases para assimilar esse expertise, complementado por pesquisas e visitas a redações em vários países.Qual o ponto de partida na reforma gráfica de um jornal?Uma reforma não é uma obra puramente de design. É importante trabalhar com o cliente para mapear o espaço que a publicação tem no mercado e definir o que conquistar. Assim são traçados os objetivos do redesenho. Usando referências de outros lugares e experiências.O que mudou no conceito dos jornais recentemente?Grandes jornais cada vez mais incorporam recursos visuais, são mais didáticos, têm prestação de serviços. O que norteou a atual reforma do Estado?O movimento atual é a continuidade do trabalho que começamos em 2004. Os jornalistas precisavam de novos recursos para transmitir melhor o que produzem.Como isso melhora o jornal?Três pilares sustentam a reforma. Primeiro, quisemos melhorar a experiência do leitor com o jornal. Também pretendemos tornar mais visível a riqueza produzida pela redação. Tudo estava muito parecido: entrevistas, reportagens, features. A ideia é pôr a roupa certa em cada elemento de informação. O terceiro pilar é sublinhar a identidade do jornal e de sua marca. O DNA do Estadão é muito claro, mas é normal que, com o tempo, grandes jornais se mimetizem. Quisemos reforçar o caráter do jornal, tanto no papel como na internet.