BERLIM - Cerca de 30 mil pessoas protestaram, neste domingo,16, em Berlim, para repudiar a possibilidade de a extrema direita governar a Alemanha, logo após o vice-presidente americano, J.D. Vance, defender abertamente na conferência de Munique que partidos como a Alternativa para a Alemanha (AfD) deixem o ostracismo político ao qual foram relegados desde o fim da 2ª Guerra.
A mobilização contra o partido, no entanto, parece diminuir faltando uma semana para as eleições legislativas no país. Uma manifestação similar em 8 de fevereiro reuniu, em Munique, 250 mil pessoas, e outra, em 2 de fevereiro, havia concentrado na capital alemã entre 160 mil e 250 mil participantes.

O lema da manifestação de domingo em Berlim foi “Juntos somos o firewall”, uma referência ao “cordão sanitário” que os partidos tradicionais alemães mantêm para repudiar qualquer cooperação nacional com movimentos de extrema direita. No entanto, os conservadores tenham rompido recentemente o tabu, ao iniciar uma aproximação no Parlamento com o AfD.
Na sexta-feira, em um discurso em forma de diatribe contra a Europa na Conferência sobre a Segurança, em Munique, o vice-presidente americano, JD Vance, pediu especificamente aos partidos políticos alemães, e à direita tradicional particularmente, não seguir condenando a extrema direita ao ostracismo.
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Em Berlim, muitos manifestantes se preocupam ao ver o partido AfD transformado no segundo da Alemanha após as eleições legislativas de 23 de fevereiro, quando as últimas pesquisas estimam que obteria entre 20% e 21% dos votos, atrás do partido conservador, que obteria entre 30% e 32%. / AFP