A Rússia fez um alerta aos Estados Unidos nesta segunda-feira, 25, para parar de fornecer armas para a Ucrânia. Segundo o embaixador de Moscou em Washington, Anatoli Antonov, o grande envio de armas pelo Ocidente inflama o conflito e a continuidade levaria a mais perdas na guerra. O alerta vem após Estados Unidos e Reino Unido anunciarem ajuda militar adicional a Kiev.
Após visitar a capital ucraniana no domingo, os secretários de Estado e Defesa dos Estados Unidos, Antony Blinken e Lloyd Austin, voltaram à Polônia nesta segunda-feira. Blinken anunciou o retorno da presença diplomática americana à Ucrânia, afirmando que o presidente democrata Joe Biden pretende designar nos próximos dias a atual embaixadora do país na Eslováquia, Bridget Brink, como representante em Kiev. O cargo está vago desde 2019.
O secretário de Defesa britânico, Ben Wallace, anunciou que o Reino Unido enviará um “pequeno número” de tanques lança-mísseis antiaéreos Stormer. “Também posso anunciar à Câmara que daremos um pequeno número de veículos blindados equipados com lançadores para estes mísseis anti-aéreos”, disse o ministro a deputados britânicos.
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Explosões atingiram a Transnístria, uma região separatista da Moldávia alinhada à Rússia que faz fronteira com a Ucrânia, aumentando temores de que o território acabe se envolvendo na guerra. O governo local disse que um prédio de uma agência de segurança na capital da região, Tiraspol, possivelmente foi atacado com lançadores de granadas. Em um comunicado, o Ministério de Assuntos Internos local afirmou que ninguém ficou ferido por causa do incidente.
A Rússia acusou a Ucrânia de bombardear uma aldeia e ferir dois civis em Belgorod, região fronteiriça entre os dois países.”Uma aldeia foi alvo de tiros (...) Sabemos que há civis feridos. Por enquanto são dois: um homem ferido na mão e uma mulher, no pescoço”, disse Viacheslav Gladkov, governador da região, no Telegram, acrescentando que os tiros foram direcionados à aldeia de Juravliovka. “Algumas ambulâncias já chegaram ao local. Há duas casas que foram parcialmente destruídas”, disse Gladkov.
Moscou também afirmou ter frustrado uma tentativa de assassinato contra o jornalista russo pró-Kremlin Vladimir Soloviov. “O Comitê de Investigação da Rússia prendeu membros do grupo National Socialism/White Power, cidadãos russos, que preparavam o assassinato do político e jornalista Vladimir Soloviov”, disseram os Serviços de Inteligência Russos (FSB). O complô, afirmaram, seria conduzido por neonazistas a mando do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU).
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Também nesta segunda-feira, a Rússia anunciou a expulsão de 40 diplomatas alemães em represália por uma medida similar adotada, no início de abril, pela Alemanha após o início da ofensiva russa na Ucrânia. O embaixador da Alemanha em Moscou foi convocado ao ministério russo das Relações Exteriores, onde foi entregue uma missiva informando que “40 membros da missão diplomática alemã na Rússia foram declarados ‘persona non grata’”, indicou a diplomacia russa em um comunicado.
Alerta
Após os EUA anunciarem no domingo um pacote de ajuda militar adicional no valor de US$ 700 milhões à Ucrânia, a Rússia fez um alerta para que Washington interrompa o envio de armas a Kiev. “O que os americanos estão fazendo é jogar gasolina no fogo”, disse o embaixador de Moscou nos EUA, Anatoli Antonov, ao canal de TV Rossiya 24.
Apesar dos Estados Unidos descartarem o envio de suas próprias forças militares ou da Otan para a Ucrânia, Washington e seus aliados europeus fornecem armas à Kiev desde o início da guerra, no dia 24 de fevereiro. Com o novo pacote, o total doado até o momento é de US$ 3,7 bilhões.
Antonov, afirmou que tais entregas de armas visam enfraquecer a Rússia, mas aumentam o conflito na Ucrânia e minam os esforços para se chegar a algum tipo de acordo de paz. “Vejo apenas uma tentativa de aumentar as apostas, de agravar a situação, de ver mais perdas”, disse.
Explosões
Um prédio governamental foi atacado nesta segunda-feira na Transnístria, uma região separatista da Moldávia alinhada à Rússia, informaram autoridades locais. De acordo com as informações, ninguém ficou ferido no incidente. O ataque teria sido feito com lançadores de granadas.
“As janelas dos andares superiores se romperam. Fumaça sai do local. O território ao lado está cercado por policiais”, declarou a polícia da Transnístria em um comunicado. As explosões ocorreram na segunda-feira às 12h (horário de Brasília), segundo testemunhas citadas por veículos de comunicação locais.
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Enquanto os combates na Ucrânia estão concentrados no leste, a Transnístria, que abriga centenas de soldados russos e tem uma grande população de etnia russa, ocupa um local estrategicamente importante no flanco ocidental ucraniano, chegando a cerca de 40 quilômetros da principal cidade portuária do país, Odessa.
Na sexta-feira, um general russo disse que um dos objetivos atuais de Moscou na Ucrânia é estabelecer “mais um ponto de acesso” à Transnístria, uma afirmação que ecoou temores ucranianos de que a Rússia queira tomar toda a costa ucraniana do Mar Negro, incluindo Odessa, ligando-se à região da Moldávia. Especialistas militares questionaram se os comentários do general refletiam a política do Kremlin e se os militares russos poderiam realizar tal missão.
Tentativa de assassinato
Os Serviços de Inteligência russos prenderam seis “membros de um grupo neonazista” que pretendiam assassinar, por ordem de Kiev, o jornalista Vladimir Soloviov, muito próximo à propaganda do Kremlin. Segundo o FSB, “os membros deste grupo confessaram ter preparado o assassinato de Soloviov e que fugiriam para o exterior depois disso”.
O FSB disse ainda ter apreendido diversas armas, um explosivo artesanal e passaportes ucranianos. O serviço teria sido economendado pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), diz Moscou.
Um pouco antes, o presidente Vladimir Putin mencionou um projeto “de atentado contra um jornalista estrela”, o que classificou como um “ato de terror”.
“Conhecemos pelo nome os responsáveis pelos serviços secretos ocidentais que trabalham com o Serviço de Segurança ucraniano, especialmente a CIA”, disse Putin durante uma reunião com os promotores.
Expulsão de diplomatas
A Rússia expulsou 40 diplomatas alemães nesta segunda-feira, em uma “resposta simétrica” a uma decisão similar “abertamente inamistosa” adotada pelo governo alemão em 4 de abril, disseram autoridades russas.
Nas últimas semanas, vários países europeus, entre eles Alemanha, França, Itália e Espanha expulsaram dezenas de diplomatas russos. /AFP
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