Rompendo com a tradição oficial de neutralidade, a Finlândia e a Suécia anunciaram, em Helsinque, neste 65º dia da guerra na Ucrânia, que trabalharão em conjunto para decidir se e quando ingressarão com um pedido de adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Se levada adiante, essa decisão, anunciada pelos ministros das Relações Exteriores dos dois países reunidos para discutir o conflito, seria mais uma prova de que o presidente russo, Vladimir Putin, falhou em seu objetivo de enfraquecer a organização ao atacar o vizinho, que não integra o grupo. A aliança militar agora pode crescer.
Putin alertou a Suécia e a Finlândia que as retaliaria com “sérias consequências políticas e militares” se decidirem se juntar à aliança. Os dois países nórdicos demonstraram que avançam nesta direção mesmo assim.
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A Otan está estudando maneiras de reforçar a segurança das duas nações, caso elas decidam fazer o pedido, antes mesmo da ratificação da adesão pelos 30 países membros do bloco.
O processo de ratificação de um pedido da adesão leva tempo e, em tese, os países não poderiam contar com a ajuda da aliança militar até que ele seja concluído. Mas com a guerra na Ucrânia, os dois países ficaram em situação de vulnerabilidade.
Em outra resposta ao conflito organizada entre aliados ocidentais, a União Europeia se prepara para aprovar na próxima semana um embargo gradual e total ao petróleo russo, segundo autoridades do bloco.
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A medida vinha sendo adiada e dividiu os países integrantes da UE, destacando sua dependência das fontes de energia russas. Foram semanas até que os 27 países concordassem com os detalhes da medida. As negociações intensas continuarão no fim de semana antes que a Comissão Europeia, braço executivo do bloco, coloque uma proposta no papel.
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O embargo ao petróleo será o maior e mais importante passo dentro do sexto pacote de sanções da UE desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro. Se aprovado, será mais um golpe à economia russa, já abalada com uma série de penalidades internacionais que vem causando um descontentamento cada vez maior entre a elite em Moscou.
Uma reportagem do jornal americano The Washington Post mostrou que, mesmo que as pesquisas de opinião relatem um apoio público esmagador à campanha militar -- em meio à propaganda estatal generalizada e novas leis que proíbem as críticas à guerra na Ucrânia -- as cisões estão começando a aparecer.
As linhas que dividem as facções da elite econômica russa estão se tornando mais acentuadas, e alguns dos magnatas – especialmente aqueles que fizeram fortuna antes de o presidente Vladimir Putin chegar ao poder – começaram, timidamente, a falar.
Em entrevistas, vários bilionários russos, banqueiros de alto escalão, um alto funcionário e ex-funcionários, falando sob condição de anonimato por medo de represálias, descreveram como eles e outros foram pegos de surpresa por seu presidente cada vez mais isolado e se sentem impotentes para influenciá-lo porque seu grupo mais próximo é dominado por um punhado de oficiais de segurança linha-dura.
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Os ataques de Putin não pouparam nem mesmo a visita do secretário-geral da ONU, António Guterres, que tinha acabado de visitar Moscou. A Rússia admitiu nesta sexta-feira, 29, ter atacado a capital ucraniana no dia anterior com armas de alta precisão. O bombardeio provocou a morte de uma jornalista e foi classificado pelo presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, como uma tentantiva de humilhar a ONU.
No outro front da batalha, a família do cidadão americano e veterano da Marinha dos EUA Willy Joseph Cancel informou que ele morreu durante combate com os russos na segunda-feira. Segundo a família, ele estava na Ucrânia desde 12 ou 13 de março e combatia como parte da brigada internacional de soldados que luta contra a Rússia no país. Cancel é o primeiro americano morto em ação na Ucrânia.