Um ex-funcionário do Departamento de Estado americano e sua esposa foram presos sob acusação de terem sido espiões do governo cubano por quase 30 anos, anunciou o Departamento de Justiça nesta sexta-feira, 5. Walter Myers, de 72 anos, e sua esposa, Gwendolyn Myers, de 71, foram acusados de conspiração por serem agentes ilegais de comunicação de Havana, e detidos pelo FBI (polícia federal americana).
O indiciamento diz que o casal se encontrou com o presidente cubano Fidel Castro, em Cuba, em 1995, viajando para o México sob nomes falsos. Eles também teriam feitos diversas outras viagens para a América Latina e Caribe para encontros com agentes cubanos.
No Departamento de Estado, Myers era especializado em questões europeias. Em 2007, ele se aposentou do departamento de Inteligência e Pesquisa. Segundo a acusação, em seu último ano de trabalho, o americano enviou mais de 200 relatórios de inteligência a Cuba.
O governo dos EUA disse que Gwendolyn revelou aos investigadores que seu lugar favorito para passar informações era na área de mercearias de Washington. De acordo com os oficiais americanos, Myers era conhecido em Cuba como Agente 202, enquanto a esposa era chamada de Agente 123 e E-634.
A acusação afirma ainda que o casal possuía uma rádio de ondas curtas, usada para transmitir mensagens codificadas para o Serviço de Inteligência Cubano através de código Morse. Nos últimos anos, os dois também teriam usado e-mails com nomes falsos.