SANTIAGO - A aprovação dos chilenos ao presidente Sebastián Piñera caiu para 23%, um novo mínimo para um líder do país desde a volta da democracia em 1990, enquanto a desaprovação subiu significativamente, segundo uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira, 28.
O resultado divulgado pelo Centro de Estudos Públicos (CEP) mostrou que o apoio ao mandatário de centro-direita diminuiu 3 pontos percentuais em comparação com a medição de junho-julho. A desaprovação ao mandatário, por sua vez, subiu de 53% para 62%, em um ano marcado por grandes manifestações em favor de uma reforma no sistema educacional. Piñera, bilionário com uma fortuna avaliada em US$ 2,2 bilhões, ganhou as eleições com mais de 51% dos votos no início de 2010. Desde a volta da democracia em 1990, o nível mais baixo na gestão de um governo tinha sido o do democrata-cristão Eduardo Frei, com 28% de apoio em 1999, numa época em que a economia era golpeada pelo impacto da crise asiática. Fortes manifestações estudantis pedindo melhoras no sistema público de ensino contribuíram para a queda sustentada na aceitação de Piñera e da gestão de seu governo, embora a economia tenha crescido mais de 6 por cento este ano. Entre as personalidades políticas mais importantes da coalizão governista, o ministro das Obras Públicas, Laurence Golborne, lidera a avaliação com 66%, abaixo dos 81% alcançados por ele depois de protagonizar o resgate dos 33 mineiros soterrados no ano passado. Na oposição, a ex-presidente de centro-esquerda Michelle Bachelet aparece com 82% de avaliação positiva. O CEP é uma fundação privada que recebe recursos de particulares e de empresas chilenas, e conta com o apoio de instituições estrangeiras como a americana National Endowment for Democracy (NED).