O governo venezuelano anunciou nesta sexta-feira, 5, que a emissora de notícias Globovisión, forte crítica ao presidente Hugo Chávez, deverá pagar uma multa de US$ 2,3 milhões e outros impostos vencidos. O diretor do canal Alberto Federico Ravell afirmou que a punição busca o fim do veículo.
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O anúncio da medida ocorre em meio a tensões geradas por dois processos abertos recentemente pela Fiscalização Geral contra Guillermo Zuloaga, presidente da Globovisión, acusando-o de irregularidades em um lote de 24 veículos achados em sua casa.
Fanny Márquez, gerente geral do órgão de serviços tributários, disse que a emissora deverá pagar a multa "não somente por impostos omitidos", mas também por "interesses moratórios", gerados por espaços televisivos que doaram durante a votação geral que aconteceu no país entre o final de 2002 e começo de 2003.
"Eles cederam seus espaços, os doaram, transmitiram propaganda de todas as organizações políticas", acrescentou Márquez. "É um terrorismo judicial, fiscal, governamental, contra a Globovisión", disse a assessoria de imprensa do canal. "Há diferentes formas de fechar uma emissora. Uma é interrompendo-a por 72 horas com um ofício. Outra é falindo-a", acrescentou.
Recentemente, o governo havia ameaçado fechar o canal, alegando que a emissora incitou "o pânico e a ansiedade" após um forte tremor de terra na Venezuela. A Globovisión havia criticado Chávez por sua lenta resposta ao problema. Nas últimas semanas, Chávez tem pressionado os veículos de comunicação privados e prometeu medidas severas contra o que chama de "terrorismo" por parte da imprensa.