CIDADE DO MÉXICO - Um terremoto de magnitude 8,2 registrado na madrugada desta sexta-feira, 8, no litoral do Estado de Chiapas, no sul do México, matou 61 pessoas, de acordo com os últimos dados das autoridades locais. Foi o tremor mais forte dos últimos 40 anos e o mais mortífero desde o abalo de 1985, que deixou mais de 10 mil mortes na Cidade do México. As autoridades advertem que o número pode aumentar.
Na costa do Pacífico central e sul do México, um alerta de tsunami foi ativado para a possibilidade de ondas de até quatro metros. A advertência foi levantada pouco depois. Localidades costeiras receberam ordem de retirada.
O terremoto aconteceu às 01h49 de Brasília, a quase 100 km da costa, a uma profundidade de 69 quilômetros, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).
“É o maior tremor registrado no país nos últimos anos”, afirmou o presidente Enrique Peña Nieto, em uma mensagem transmitida na televisão momentos depois do abalo sísmico.
O presidente partiu no fim da tarde de para Chiapas para examinar pessoalmente os trabalhos de resgate e o atendimento às vítimas. Até a tarde de hoje, mais de 300 réplicas tinham sido registradas na costa do Pacífico mexicano.
Das cidades atingidas, a situação é mais crítica em Juchitán, no Estado de Oaxaca. Edíficios da prefeitura, um hotel, um bar e outros prédios foram reduzidos a escombros. “ É momento mais terrível de nossa história”, disse a prefeita, Gloria Sánchez, depois do longo terremoto, que também abalou a Guatemala e El Salvador.
As aulas foram suspensas em vários Estados, incluindo a capital, para uma revisão estrutural das escolas. A capital e sua região metropolitana, com mais de 20 milhões de habitantes, não registraram muitos problemas e os transportes públicos seguiram com funcionamento normal. O aeroporto internacional suspendeu momentaneamente algumas operações.
As autoridades alertaram para a possibilidade de um tremor secundário de magnitude superior a 7 nos próximos dias. O tremor também foi sentido na Guatemala, onde provocou o corte de energia elétrica em algumas áreas do oeste do país.
Auxílio. Na Colômbia, o papa Francisco lamentou as mortes e danos do terremoto. “Minha oração vai aos que perderam a vida”, afirmou o pontífice, citando as mortes e danos materiais causados pelo tremor.
Mais cedo, o presidente Juan Manuel Santos escreveu se solidarizando com o povo mexicano e oferecendo ajuda ao colega Peña Nieto.
A presidente do Chile, Michele Bachelet, também ofereceu apoio aos mexicanos.
Furacão. O México espera ainda na noite de hoje a chegada do furacão Katia na costa caribenha do país. A tempestade ganhou força nas últimas horas e atingiria o Estado de Veracruz entre o fim da noite e o começo da madrugada. O ciclone estava na tarde de hoje a 205 quilômetros do importante porto de Veracruz, com ventos de 155 km/h. Autoridades locais se preparavam para chuvas e ventos fortes . / AFP, EFE e REUTERS, COM FERNANDA SIMAS, ENVIADA ESPECIAL A BOGOTÁ
Correções
O número de mortes foi publicado inicialmente como 7, sendo 5 no México e dois na Guatemala. Até o momento (05h11), no entanto, estão confirmadas 6 mortes no sul do México. A informação foi corrigida.
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