Zelaya promete deixar embaixada brasileira até janeiro

Governo de facto critica México e pede que Brasil defina status de Zelaya na embaixada em Tegucigalpa

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Por Redação
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O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, disse na quinta-feira, 10, que deve deixar a embaixada brasileira em Tegucigalpa até o próximo dia 27 de janeiro, quando terminaria seu mandato. O encarregado de negócios na sede diplomática, Francisco Catunda, também afirmou que o líder hondurenho deve deixar o prédio até esta data.

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Ambos deram entrevista à TV Globo no final da noite de ontem. Zelaya disse que pretende sair antes, mas ainda não tem destino definido. Na quarta-feira, o governo hondurenho rejeitou um pedido de salvo-conduto feito pelo México para o presidente deposto deixar a embaixada sem ser preso. O governo de facto de Roberto Micheletti quer que Zelaya seja asilado em outro país, porque desta maneira estaria proibido de dar declarações políticas. O presidente quer se refugiar na condição de 'hóspede'. Críticas ao MéxicoOntem, o governo de facto criticou o pedido feito pelo governo mexicano. "Nos trataram de enganar, com mentiras quiseram surpreender uma vez mais Honduras", disse o presidente Roberto Micheletti em discurso. O ministro da Informação, René Zepeda, disse que "se esses países desejam tirar Zelaya de Honduras, o farão como manda a lei: asilando ele em seu território, mas sem nenhum título estrondoso". "E assim, nosso governo aceitará que o levem de imediato, sem problemas de nenhuma natureza", afirmou.Zepeda se referiu ao fato de a diplomacia mexicana ter usado o termo "presidente" no pedido de salvo-conduto para que Zelaya deixasse o país.A chancelaria do governo de facto pediu que o Brasil "defina o status jurídico em que se encontra Zelaya em sua sede diplomática em Tegucigalpa". O líder deposto voltou em segredo ao país e desde 21 de setembro está abrigado na embaixada do Brasil. Brasil suaviza discursoO ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, demonstrou ontem sua frustração pela impossibilidade de que Zelaya partisse para o México. Amorim também suavizou o discurso sobre o presidente eleito 'Pepe' Lobo.Diplomatas brasileiros acrescentaram que a condenação ao golpe de Estado e ao regime de facto logo no início da administração de Lobo, que tomará posse em 27 de janeiro, abriria uma porta para o reconhecimento de sua legitimidade."Nós não temos nenhuma intenção de reconhecer essas eleições em curto prazo", afirmou o ministro, ao suavizar a posição anterior do governo. Com Associated Press, Agência Estado e Denise Chrispim Marim, de O Estado de S. Paulo

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