Após vitória de Trump, Biden diz que aceita a vontade do povo e promete transição pacífica de poder

Presidente defende que os americanos não podem ver uns aos outros como inimigos e pede que ‘reduzam a temperatura’ ao prometer transição pacífica de poder e defender a integridade do sistema eleitoral

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Foto do author Luiz Raatz
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ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON - O presidente Joe Biden falou nesta quinta-feira, 7, um dia após a confirmação da derrota de sua candidata e vice, Kamala Harris, contra o republicano Donald Trump. O democrata defendeu a integridade do sistema eleitoral americano e prometeu a de transição pacífica de poder, algo que não ocorreu da última vez, quando Trump se recusou a reconhecer a derrota e incitou apoiadores contra o Capitólio durante a certificação de Biden como presidente.

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“As pessoas votam e escolhem os seus próprios líderes e fazem isso pacificamente. Na democracia, a vontade do povo sempre prevalece”, disse Biden, destacando que conversou com o presidente eleito Donald Trump na noite anterior e o parabenizou pela vitória. “Eu garanti que toda a minha administração vai trabalhar com a equipe dele para garantir uma transição pacífica e ordeira. É isso que o povo americano merece.”

“A campanha é uma disputa de visões opostas”, seguiu o democrata. “Aceitamos a escolha que as pessoas fizeram. Eu disse muitas vezes: você não pode amar o seu país só quando ganha. Não pode amar o seu vizinho só quando concorda. Algo que eu espero que possamos fazer, independente de quem você votou, é ver uns aos outros não como adversários, mas como americanos - reduzam a temperatura.”

Presidente Joe Biden promete transição pacífica em primeiro discurso após derrota de Kamala Harris. Foto: Saul Loeb/AFP

Biden ainda defendeu o seu legado, apesar da baixa aprovação e do desejo de mudança expressado pelos americanos nas eleições em que os republicanos conquistaram a Casa Branca, a maioria no Senado e lideram a apuração para a Câmara. “Foi um presidência histórica. Não porque eu sou presidente, mas por tudo que nós fizemos, do que vocês fizeram”, disse ele, afirmando que as mudanças serão sentidas na vida dos americanos ao longo dos próximos anos.

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“Vamos ficar bem, mas precisamos continuar engajados, precisamos seguir adiante e, acima de tudo, precisamos manter a fé”, disse ao fim do breve discurso.

O presidente já havia feito uma declaração por escrito ontem, quando descreveu Kamala como “uma tremenda parceira e servidora pública cheia de integridade, coragem e caráter”. Sem mencionar Trump no comunicado, Biden observou que Kamala entrou na campanha em “circunstâncias extraordinárias”, um aceno à sua desistência da disputa, e afirmou que colocá-la na chapa como vice-presidente em 2020 foi a melhor decisão que ele tomou.

Biden acrescentou que Kamala “se destacou e liderou uma campanha histórica que incorporou o que é possível quando guiada por uma forte bússola moral e uma visão clara de uma nação mais livre, mais justa e cheia de mais oportunidades para todos os americanos”.

Também ontem, Kamala reconheceu, em um discurso rápido, a sua derrota e também citou a transição pacífica de poder. “As pessoas estão sentindo e vivenciando uma série de emoções agora, eu entendo. Mas devemos aceitar os resultados desta eleição”, disse Kamala. “Hoje mais cedo falei com o presidente eleito Trump e o parabenizei por sua vitória”, apontou a vice-presidente, em meio a vaias da plateia após o nome do republicano ser mencionado.

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Steven Cheung, porta-voz da campanha de Trump, disse na quarta-feira que, na ligação de Kamala ao republicano, o presidente eleito eleito elogiou “sua força, profissionalismo e tenacidade durante toda a campanha” após aceitar seus parabéns.

Biden chegou a convidar Trump para ir a Casa Branca tratar da transição, segundo o assessor do republicano.

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