Suculentas uvas da variedade Malbec
Atualmente, adegas francesas - inclusive as de Cahors, região original desta uva na França - importam esse vinho da Argentina, considerado pelos enólogos como o melhor Malbec do mundo.
Segundo dados da Caucasia Wine Thinking, desde 2002 as exportações argentinas de Malbec passaram de 850 mil caixas de 9 litros para 8,6 milhões de caixas em 2010, volume que implica em um aumento de 916%. No mesmo período, o volume de dólares FOB passou de US$ 23,1 milhões para US$ 306 milhões, equivalente a um aumento de 1.220%.
Atualmente, do total de vinho exportado pela Argentina, 47% correspondem às vendas de Malbec para o exterior.
Com o Malbec World Day as adegas argentinas pretendem que o país seja automaticamente identificado com esta variedade. Em Nova York, a Biblioteca Pública Nacional será iluminada com a cor do Malbec, enquanto o edifício alberga uma série de atividades, que irão de palestras às degustações.
A Wines of Argentina organizará em Londres e Toronto sessões especiais nas quais os convidados poderão pisar as uvas nos tonéis.
Os eventos internacionais serão acompanhados por substanciais churrascos com carne argentina, shows de tango e reuniões empresariais.
As principais celebrações ocorrerão em Mendoza, no oeste da Argentina, onde estão as adegas mais importantes do país. Ali, 200 convidados VIP brindarão em balões, a 30 metros de altura sobre os vinhedos.
O Brasil, um dos grandes mercados do vinho argentino, terá uma data diferenciada, já que será no dia 18, segunda-feira, na cidade de São Paulo.
A indústria vinícola argentina vive um boom sem precedentes em toda sua História. O setor exportou US$ 741,4 milhões em 2010, equivalente a 16,44% a mais do que em 2009.
Basset alertou para uma eventual "malbec-dependência" e sustentou que as adegas argentinas "deveriam experimentar coisas novas, não somente o Malbec".
O especialista também sustentou que ainda não existem vinhos que sejam "embaixadores" da Argentina no exterior: "há marcas respeitadas.. mas não verdadeiros ícones".
Alberto Arizu, presidente da Wines of Argentina, considera que o "furor" pelo Malbec continuará "por muitos anos". No entanto, destacou que "a Argentina não é somente este varietal. Temos muito potencial com o Cabernet Sauvignon, Bonarda, Syrah e Torrontés".
"Uva emblema pode ser uma casta de dois gumes", texto do Luiz Horta sobre os vinhos portugueses, com breve referência sobre o Malbec, aqui.
E FALANDO EM VINHO... EXPRESSÕES PORTENHAS RELATIVAS A BEBER E COMER
CHUPAR: Beber abundantemente. Álcool, evidentemente (acho que em lugar algum no mundo há gírias para referir-se ao ato de beber água mineral com gás). Entornar. Quem "chupa" muito fica "mamado" (bêbado) ou "curda" (bêbado). O mesmo verbo no espanhol da Argentina - tal como no idioma de Eça de Queirós e Sidney Magal - também pode ser usado para a prática do fellatio.
ESCABIO: Bebida alcoólica. Vem de uma antiga palavra italiana, 'scabi', usada para referir-se ao vinho.
ESCABIAR: Ingerir generosas quantias de destilados e fermentados.
BORRACHO: Palavra em espanhol para bêbado. Não é à toa que os hispano-falantes riem quando leem nas estradas brasileiras a placa "borracharia".
A borracharia, isto é, o lugar ad hoc para pneus e serviços relativos, denomina-se "gomería" nos países do Cone Sul.
BEODO: Gíria (fina) para bêbado. Não confundir com "Boedo", o bairro vizinho a Almagro.
CURDA: Gíria para bebedeira substancial.
Anibal Troilo, intérprete de tangos que discorriam sobre bebedeiras
"La última curda" (A última bebedeira), tango de Aníbal Troilo, letra de Cátulo Castillo. O cantor, nesta ocasião, é Roberto Goyeneche. Aqui.
Outra versão de "La última curda", com o roqueiro Fito Páez, aqui.
MORFI Y CHUPI: Forma ligeiramente abreviada para referir-se ao conjunto de "comida" e "bebida". Exemplo: "Vamos al cóctel que el diputado Troesma Piola de Prepo ofrece a la artista plástica Amnésia de Souza-Naves! Hay morfi y chupi!" (Vamos no coquetel que o deputado Troesma Piola de Prepo oferece à artista plástica Amnésia de Souza-Naves! Há comes e bebes)
MORFAR: Comer. Comer para valer, com voracidade pantagruélica. Exemplo: "me morfé tres platos de ñoquis!" (comi - para valer - tres pratos de nhoques). A palavra origina-se do termo "morfellier" que no 'argot' (a gíria francesa) do final do século XIX e começo do XX significava "comer". Séculos antes disso, François Rabelais, o autor de "Pantagruel", o anti-anoréxico personagem, usava o verbo "morfiailler" em suas obras.
MORFÓN: glutão.
ZAPÁN: "Pança", mas ao contrário. É um exemplo do "vesre", a forma do lunfardo de falar ao contrário. Os parisienses possuem uma forma equivalente, o "verlan" (o contrário fonético de 'l'envers', 'o contrário' em francês).
...E um epílogo musical com a "Valse Triste", do finlandês Jean Sibelius, com a batuta do batuta Herbert Von Karajan. Aqui.
Na foto acima, Sibelius em 1913

Em 2009 "Os Hermanos" recebeu o prêmio de melhor blog do Estadão (prêmio compartilhado com o blogueiro Gustavo Chacra).


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