Os ataques a Mumbai ameaçam o futuro econômico da Índia e devem atrasar os planos de transformação da cidade em um centro financeiro regional. A economia da Índia já se desacelerou, em razão do aperto global do crédito e do declínio da rupia. O principal índice da bolsa do país, o Sensex, caiu 50% desde janeiro, porque os investidores estrangeiros sacaram bilhões de dólares do país. O mercado imobiliário também está esfriando. Depois dos ataques, investidores e executivos de empresas estrangeiras devem investir com mais cautela no país, pelo menos no curto prazo. Empresas e executivos locais, que já reduziram suas projeções de crescimento, devem diminuí-las ainda mais. "Evidentemente, haverá alguns revezes", diz Hitesh Kuvelkar, diretor-adjunto da empresa de pesquisa financeira First Global. Antes dos incidentes da semana passada, a empresa já havia previsto que o crescimento econômico da Índia poderia declinar para cerca de 6% em 2009 e menos de 4% em 2010. Faltam habitações para executivos e a infra-estrutura básica, como transporte público adequado. O turismo, que emprega 20 milhões de pessoas no país, também deve cair, pelo menos temporariamente. "Os turistas tendem a ser inconstantes e nervosos", diz Matthew Brooks, diretor de análise setorial da Business Monitor International, especializada em mercados emergentes.
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