PRAGA-A polícia da República Checa afirmou nesta sexta-feira, 22, que o autor do ataque a tiros que deixou 14 mortos e 25 feridos em uma universidade no centro de Praga na quinta-feira, 21, tinha munição para causar um massacre ainda maior. Isso só não ocorreu porque houve a intervenção dos policiais para conter o atirador, que acabou cometendo suicídio.
Os primeiros policiais chegaram ao local minutos depois que o atirador, identificado como um estudante checo de 24 anos, começou a fazer os disparos. Os policiais já procuravam o suspeito havia horas. Eles encontraram o corpo de seu pai em sua casa na cidade de Hostounň, a 35 quilômetros de Praga. Mais de 220 policiais estiveram envolvidos na operação, segundo o chefe de polícia de Praga, Petr Matejicek.
O agressor entrou no prédio da Faculdade de Artes e disparou indiscriminadamente, causando o massacre. Em seguida, se dirigiu ao telhado do prédio da Universidade Carolina de Praga, no centro da capital checa, e começou a atirar contra pessoas na rua. Mais tarde, cercado por policiais, o agressor, que tinha porte de arma, se matou com uma escopeta.
A polícia não especificou o tipo de arma ou munição usadas no ataque, o pior na história recente do país. De acordo com relatos de testemunhas, a presença do agressor no prédio da universidade levou a cenas dramáticas, com pessoas pulando em parapeitos do prédio.
Entre os mortos está Lenka Hlavkova, diretora do Instituto de Musicologia da universidade, a mais antiga da Europa Central. Os estudantes também fizeram barricadas em suas salas de aula para impedir a entrada do agressor.
Segundo a polícia checa, o atirador é ainda suspeito de ter cometido um duplo assassinato, de um pai de 32 anos e seu bebê de 2 meses, em uma floresta perto de Praga, no dia 15.
Homenagem
Dezenas de checos se reuniram ontem em frente à universidade para prestar homenagem às vítimas. Na entrada do prédio, e em pequenos grupos, eles criaram um memorial com centenas de velas e flores. “Não estamos nos EUA, essas coisas não acontecem na República Checa”, declarou Richard Smaha, um aluno de 17 anos de uma escola de ensino médio próxima.
Esse foi o tiroteio mais mortal desde 2015, quando um homem armado matou oito pessoas num restaurante em Uhersky Brod, cerca de 300 quilómetros a sudeste de Praga. Ataques a tiros são raros no país. A última ocorrência do tipo foi registrada em 2019, quando um homem armado matou seis pessoas na sala de espera de um hospital na cidade de Ostrava, no leste da República Checa./EFE e AFP
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