RAMALLAH - O presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, disse nesta sexta-feira, 17, que a organização está pronta para assumir toda a responsabilidade na Faixa de Gaza após a guerra, em sua primeira declaração desde que o cessar-fogo entre Israel e o Hamas foi anunciado.
“O governo palestino, sob as diretrizes do presidente Abbas, completou todos os preparativos para assumir toda a responsabilidade em Gaza”, o que inclui o retorno dos deslocados, a prestação de serviços básicos, a gestão das passagens fronteiriças e a reconstrução do território devastado pela guerra, segundo um comunicado de seu gabinete.
A Autoridade Palestina, estabelecida nos acordos de Oslo, administrou Gaza até ser derrotada pelo Hamas, nas eleições de 2006, e mantém o governo da Cisjordânia.

Os Estados Unidos propõem a reunificação dos territórios palestinos sob uma AP fortalecida, mas o plano enfrenta oposição do governo de Israel, que resiste à solução de dois Estados.
A AP deveria assumir a administração da Faixa de Gaza, com apoio internacional e supervisão da ONU para estabilizar o enclave no pós-guerra, detalhou esta semana o secretário de Estado, Antony Blinken, prestes a deixar o cargo.
“Acreditamos que a Autoridade Palestina deveria convidar parceiros internacionais para ajudar a estabelecer e gerenciar uma administração provisória com responsabilidade sobre setores civis fundamentais em Gaza, como o bancário, a água, a energia e a saúde”, disse Blinken.
Esse governo interino, que incluiria representantes da AP e palestinos de Gaza, deveria transferir a responsabilidade completa sobre Gaza para uma Autoridade Palestina reformada assim que possível, acrescentou.
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Em discurso contundente, Blinken insistiu ainda na necessidade de Israel aceitar a criação de um Estado palestino independe. O plano dos EUA para o pós-guerra, contudo, é publicamente rechaçado pelo governo de Israel, que resiste em retirar suas tropas da Faixa de Gaza.
Essa seria a próxima etapa plano do cessar-fogo, que deve entrar em vigor no domingo, com liberação parcial dos reféns em troca por prisioneiros palestinos. O acordo é criticado pelos partidos de extrama-direita que integram a coalizão de Binyamin Netanyahu e ameaçam desembarcar do governo, caso Israel se comprometa com uma pausa permanente dos combates./COM AFP