Forças americanas realizaram ontem uma incursão no sul do Iraque e mataram uma mulher, provocando uma dura crítica do governo de Bagdá, que exigiu uma investigação e ordenou a prisão dos dois oficiais iraquianos que supostamente autorizaram a operação. O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, denunciou ontem a incursão como um "crime" que "violou o pacto de segurança" entre o Iraque e os EUA. O incidente poderia causar problemas ao novo acordo, que exige que os comandantes americanos coordenem dispositivos de segurança e outras operações com o governo iraquiano e suas forças militares. O Exército americano disse em um comunicado que seus soldados agiram acatando as pautas do pacto e "a operação foi plenamente coordenada e aprovada pelo governo iraquiano". O general Raes Shakir Jaudat, chefe da polícia provincial de Kut, disse que ignorava que os EUA estavam realizando uma operação na cidade. Pelo menos uma mulher morreu na incursão que, segundo o Exército americano, tinha como propósito atacar o financiador de uma facção de militantes xiitas que seria respaldado pelos iranianos. Funcionários iraquianos disseram que duas pessoas morreram na operação - a mulher e o irmão de um líder de um clã local. Os americanos disseram ter detido seis militantes. Horas depois da incursão na cidade xiita de Kut, centenas de manifestantes reuniram-se diante do necrotério para denunciar a operação. O incidente ocorreu um dia após uma visita-surpresa da secretária americana de Estado, Hillary Clinton, ao Iraque. Ela prometeu que os EUA não abandonarão os iraquianos, mesmo após a retirada total das forças americanas, até o fim de 2011, e trabalharão para dar ferramentas para os iraquianos garantirem sua segurança.