O primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, prometeu nesta terça-feira que os soldados de seu país não abandonarão o Iraque ou Afeganistão "até que o trabalho esteja terminado". Na entrevista coletiva mensal em sua residência oficial, no número 10 de Downing Street, o chefe de governo insistiu em que as forças britânicas posicionadas nos dois países realizam uma importante missão para a segurança do mundo. Se as forças do Reino Unido saírem de um desses dois países antes de terminar o trabalho, as pessoas contra as quais se luta "se sentirão animadas e não se pode permitir isso, de modo que é preciso terminar o trabalho", afirmou Blair. O primeiro-ministro fez tais comentários depois de o chefe do Estado-Maior do Exército britânico, general Richard Dannatt, pedir na semana passada a retirada das tropas do Iraque por considerar que sua presença "exacerba os problemas de segurança". Blair disse que o militar não estava sugerindo que o Reino Unido deveria deixar o Iraque ou o Afeganistão "sem levar em conta se o trabalho estava terminado". "É nossa política sair do Iraque quando o trabalho estiver terminado. O que é perigoso é qualquer sugestão de sair antes de terminar o trabalho", ressaltou. Sair de Basra (sul do Iraque) seria "desastroso", afirmou Blair, que esclareceu que essa era também a posição de Dannatt. A ambição do Iraque - prosseguiu Blair - é "uma democracia que funcione, uma economia que funcione e onde a segurança esteja nas mãos das forças iraquianas". Blair considerou "absurdo" dizer que a ação militar no Iraque ou no Afeganistão contribua para o radicalismo no Reino Unido. Em entrevista ao jornal Daily Mail, publicada na sexta-feira passada, Dannatt criticou o plano de pós-guerra da coalizão liderada pelos Estados Unidos no Iraque e advertiu que a permanência de soldados britânicos solapa a segurança do Reino Unido.