Brasileira corre risco em trabalho no Paquistão

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Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de ter ficado dez dias trancada em um hotel da cidade de Karachi, proibida de colocar os pés para fora por causa das manifestações antiocidentais, a neurologista potiguar e especialista em vigilância epidemiológica Dominica Monteiro voltou a trabalhar, procurando não ser notada - agora em Hyderabad, a duas horas de Karachi. Única brasileira de uma equipe de especialistas estrangeiros da Organização Mundial da Saúde, agência das Nações Unidas que está encarregada de combater a poliomielite no Paquistão, Dominica só circula pela cidade em uma viatura do governo local. A determinação é da própria OMS. "Não podemos usar os carros da ONU", disse a médica, nesta segunda-feira, por telefone, à Agência Estado, explicando que a idéia é evitar reações hostis de grupos mais radicais instalados na cidade, que vêem a ONU como um alvo ocidental. "O clima é tranqüilo, mas temos de tomar muito cuidado." Em dias de manifestação, os médicos da OMS são obrigados a voltar ao hotel em que estão hospedados às 17h. Caso precisem visitar alguma cidade vizinha, devem avisar a um funcionário da agência responsável pela segurança da equipe. Dominica trabalha com trajes típicos da região. Em visita a algumas aldeias do interior, chega a cobrir os cabelos com um lenço para não despertar a atenção. A província (ou estado) de Sindh, onde está localizada Hyderabad, continua sob estágio 2 de alerta - um antes do que determina a retirada de estrangeiros. Dominica está desde agosto no Paquistão e tem seu retorno ao Brasil programado para dezembro. Leia o especial

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