Caracas envia dois aviões aos EUA para buscar venezuelanos deportados

Entre os deportados, há supostos criminosos vinculados ao temido grupo Trem de Aragua; voos ocorrem após uma visita do enviado especial de Trump se reunir com Maduro

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Por Redação
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O regime venezuelano anunciou nesta segunda-feira, 10, que dois aviões da companhia aérea estatal deixaram os Estados Unidos transportando um grupo de venezuelanos com ordem de deportação, dez dias após uma reunião em Caracas entre um enviado de Donald Trump e o ditador Nicolás Maduro.

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Os aviões partiram de Fort Bliss, no Texas, onde estão detidos migrantes sujeitos à deportação, pela manhã. A Casa Branca confirmou a medida em uma mensagem no X.

“Voos de repatriação para a Venezuela foram retomados”, disse o post. “TORNE A AMÉRICA SEGURA NOVAMENTE.”

Este primeiro grupo de deportados contou com 190 pessoas. O primeiro voo pousou às 21h03 (22h03 em Brasília) na Venezuela, disse o ministro do Interior e Justiça, Diosdado Cabello, em imagens transmitidas pela televisão governamental do aeroporto. Um segundo avião chegou minutos depois.

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A Venezuela não tem relações diplomáticas com Washington desde 2019. Após uma ruptura no relacionamento entre os Estados Unidos e a Venezuela em 2019, o regime de Maduro se recusou a aceitar cidadãos deportados, exceto durante um breve período durante o governo Biden.

“Dirigem-se para a terra venezuelana dois aviões, para transportar de volta ao nosso território compatriotas imigrantes que estavam nos Estados Unidos”, diz o comunicado oficial do regime chavista, que não cita o número de pessoas deportadas. Entre elas há supostos criminosos vinculados ao temido grupo Trem de Aragua.

Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) dos EUA atuando em Fort Bliss, Texas, em 7 de fevereiro. Foto: Sgt. Griffin Payne / Departamento de Defesa dos EUA / AFP

“A Venezuela sempre deixou claro que qualquer transferência de venezuelanos deveria ser feita com absoluto respeito à sua dignidade e aos direitos humanos. Por isso, fizemos a proposta de que disponibilizaríamos aviões venezuelanos para buscar e trasladar os imigrantes que retornam hoje à sua pátria”, diz o texto.

O anúncio sobre os voos ocorre após uma visita recente de um conselheiro de Trump, Richard Grenell, à Venezuela, que retornou aos Estados Unidos com seis americanos que haviam sido detidos pelo regime de Maduro.

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Trump prometeu realizar a maior campanha de deportação da história dos Estados Unidos e expulsar milhões de imigrantes sem documentos, grande parte deles de países latinos.

Maduro está sendo indiciado nos Estados Unidos, acusado por promotores federais de participar de uma conspiração de narcotráfico e está sendo investigado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade./AFP e NYT.

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