PUBLICIDADE

Chávez busca apoio militar para ficar no cargo

PUBLICIDADE

Por AE

Sem Hugo Chávez, que se recupera em Cuba de um câncer, líderes do governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) abriram ontem a série de festividades públicas para celebrar os 200 anos da independência do país. Na véspera, numa cerimônia discreta no Forte Tiúna, em Caracas, o vice-presidente Elías Jaua anunciou a promoção de mais de 300 altos oficiais das Forças Armadas.Com a oposição questionando a legalidade de Chávez - que hoje completa um mês fora da Venezuela - seguir governando enquanto se recupera em Havana, a promoção dos oficiais foi vista como um gesto para assegurar o respaldo dos quartéis."A proximidade do governo com Cuba tem causado um certo incômodo entre os oficiais de média patente", disse à reportagem uma fonte diplomática em Caracas sob a condição de anonimato. "Chávez já havia movido peças no comando militar para evitar descontentamento. Agora, mais do que antes, precisa ter a total lealdade do Exército." A cerimônia militar se deu três dias após o governador de Barinas, Adán Chávez, irmão do presidente, ter declarado que "a via armada poderia ser uma alternativa à via eleitoral de 2012 para assegurar a revolução".De acordo com Ángel Álvarez, analista do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Central da Venezuela, a declaração de Adán tem como objetivo mobilizar as fileiras mais radicais do chavismo. Para Álvarez, "Chávez criou um sultanato e governa sozinho". Sua ausência, segundo ele, favorece manifestações como a de Adán e compromete ainda mais a imagem do chavismo. "Com Chávez fora do país, abre-se uma crise, porque não há instituições capazes de ativar os mecanismos constitucionais e conter as disputas internas no PSUV", disse Álvarez. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.