O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, prometeu se reunir com maior frequência nos próximos três anos com representantes de grandes empresas internacionais para resolver conflitos, uma promessa que chega após vários atritos de Pequim com gigantes como Google ou Rio Tinto.
"Não estive em contato próximo com empresas estrangeiras. Nos próximos três anos, tentarei ter mais interação com empresários estrangeiros na China para que compreendam a situação do país e para ouvir seus pontos de vista sobre investimentos estrangeiros na China", destacou o chefe de Governo.
As declarações de Wen foram feitas em entrevista coletiva após a sessão anual da Assembleia Nacional Popular (ANP) da China, o Parlamento do país.
Wen prometeu "medidas para aumentar a cooperação com as empresas estrangeiras" e também "assegurar que tenham o mesmo tratamento que as nacionais" quando investirem no país.
O primeiro-ministro chinês respondeu assim às dúvidas que geraram os conflitos na comunidade empresarial entre o Governo chinês e grupos empresariais como o americano Google e a mineradora australiana Rio Tinto.
Em janeiro, o Google acusou a China de lançar ataques cibernéticos contra seu serviço de e-mails Gmail. Alguns desses ataques teriam sido feitos contra dissidentes e ativistas de direitos humanos.
A Rio Tinto, por sua vez, é investigada por suposta espionagem industrial na China, o que levou à detenção de vários de seus funcionários em Xangai, enquanto a mineradora e a imprensa australiana acusam Pequim de lançar essa operação para fazer pressão nas negociações pelo preço do ferro.
Wen assegurou hoje que a China, perante as empresas estrangeiras, "continuará sua política de abertura ao mundo exterior" e destacou que a terceira economia mundial "dá as boas-vindas às empresas estrangeiras", mas disse que o país dará especial prioridade àquelas que tragam "alta tecnologia e talentos".