Cientistas querem clonar o extinto tigre da Tasmânia

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Por Agencia Estado
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O extinto tigre da Tasmânia poderá voltar a viver um dia, disseram nesta terça-feira cientistas australianos. Eles anunciaram que estão trabalhando na clonagem do animal a partir do DNA de espécimes mortos conservados em formol. "O que antes não passava de um sonho impossível está próximo de se transformar numa realidade biológica", declarou Mike Archer, diretor do Museu Australiano, que está patrocinando o projeto. No entanto, biólogos especializados em reprodução mostraram-se céticos com relação aos planos de clonagem do tigre da Tasmânia. O marsupial carnívoro natural da Austrália foi caçado até a extinção por fazendeiros que os acusavam de atacar seus rebanhos. O último espécime conhecido morreu no cativeiro em 1936. "Creio que eles estão deslumbrados demais", comentou o professor Alan Trounson, da Universidade Monash. "Nada trará de volta o tigre da Tasmânia. Ele está extinto." Apesar de antigamente ser encontrado em toda a Austrália, o último berço do animal foi o Estado insular australiano da Tasmânia, o que rendeu o nome ao marsupial. Três anos atrás, cientistas do Museu Australiano, em Sydney, começaram a trabalhar no projeto de clonagem do tigre da Tasmânia. Em maio de 2000, a equipe de cientistas extraiu com sucesso uma amostra de DNA de boa qualidade de um exemplar fêmea conservado em formol. Archer informou hoje que os geneticistas do museu replicaram parte do DNA do tigre da Tasmânia, o que resultou em milhões de cópias de fragmentos de DNA com potencial de inserção em células vivas. "Este é um passo extremamente importante porque torna possível a clonagem molecular", disse Archer. De acordo com ele, a equipe de cientistas também descobriu outros espécimes conservados em formol na coleção do museu. Entre eles, há pelo menos um macho com DNA de alta qualidade. "Esta descoberta responde imadiatamente a questões levantadas sobre onde arrumaríamos DNA de machos e fêmeas para trazer de volta uma população geneticamente variada de tigres da Tasmânia", afirmou. Porém, os cientistas ainda estão longe de clonar o marsupial. Eles precisam agora reestruturar o genoma do animal, uma tarefa muito complexa e demorada que deve anteceder qualquer tentativa de clonagem.

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