FAIXA DE GAZA - Milhares de palestinos se dirigiram nesta sexta-feira, 13, para a cerca que separa a Faixa de Gaza e Israel, forçando os soldados israelenses a repelirem, repetidas vezes, as tentativas de atravessar a barreira.
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Em Shejaiya, um dos locais dos protestos a leste da cidade de Gaza, manifestantes queimaram pneus e aproveitaram a fumaça para mascarar a destruição de parte de uma barreira de arame farpado. Eles só recuaram depois de as forças israelenses abrirem fogo contra os palestinos.
O dia de protestos teve como lema a "Sexta-feira da Bandeira" - no qual o símbolo azul e branco de Israel foi queimado e o estandarte palestino em vermelho, branco, verde e preto exaltado. As gráficas em Gaza passaram boa parte da semana com uma tarefa incomum: preparar milhares de bandeiras de Israel para serem queimadas no protesto.
Pouco menos de uma semana antes de Israel celebrar seu Dia de Independência, crianças palestinas exibiam pôsteres com a bandeira israelense riscada com um xis vermelho e com um slogan que pede a morte do país.
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Os manifestantes que chegavam a um acampamento, em Khan Younis, pisavam ou passavam com suas motos e até com um camelo sobre uma bandeira israelense, com sua Estrela de Davi, antes de se dirigirem para a cerca que separa Gaza de Israel. Eles faziam parte de uma grande protesto contra o bloqueio imposto por Israel a Gaza há mais de uma década.
Os militares israelenses disseram que foram repetidas tentativas de danificar e atravessar a barreira, além de algumas tentativas de ataques com o lançamento de explosivos improvisados contra soldados - respondidas com disparos de armas de fogo.
Ao menos 112 pessoas ficaram feridas - uma delas em estado grave - em razão das medidas antiprotesto adotadas por Israel, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Entre as vítimas estão ao menos dez médicos e paramédicos que atuavam em Khan Younis. Um homem morreu em razão de lesões sofridas anteriormente, elevando o total de manifestantes palestinos mortos para 34, segundo informações oficiais.
Mais uma vez, os protestos dividiram seus participantes, com alguns prometendo ser pacíficos, enquanto a alguns metros de distância, outros prepararam bombas de gasolina para atirar no lado israelense.
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Os protestos palestinos contra Israel começaram em 30 de março, quando os organizadores convocaram milhares de pessoas para se reunirem em uma região fronteiriça todas as sextas-feiras, até 15 de maio.
Desafiando os alertas israelenses, alguns manifestantes se aproximaram da cerca, arremessaram objetos e iniciaram pequenos incêndios; do outro lado, os soldados abriram fogo contra os manifestantes, muitos deles desarmados. / NYT