Coreia do Norte rompe acordo para reduzir tensões com Coreia do Sul e reforça tropas na fronteira

Coreia do Sul já havia anunciado na quarta-feira a suspensão parcial do tratado após o Norte realizar o lançamento de um satélite militar espião

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Por Redação

A Coreia do Norte informou, na noite de quarta-feira (horário de Brasília), 22, que suspendeu o acordo feito com a Coreia do Sul em 2018 para reduzir as tensões militares, um dia depois de colocar em órbita um satélite militar espião — uma ação que Seul condenou. O Norte ainda anunciou que reforçou a presença de tropas e armamento na fronteira.

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“Nos retiraremos das medidas militares tomadas para prevenir tensões militares e incidentes em todas as áreas, como terra, mar e ar, e colocaremos forças fortemente armadas e equipamento militar avançado nas zonas fronteiriças”, afirmou o Ministério de Defesa norte-coreano, de acordo com a a agência norte-coreana Yonhap. O ministério afirmou que não se deixará ser detido pelo acordo.

Na quarta-feira, a Coreia do Sul indicou que o acordo havia sido parcialmente suspenso e que retomaria as operações de vigilância na fronteira como resposta ao lançamento exitoso de um satélite espião por parte de Pyongyang na noite anterior, depois de duas tentativas frustradas em maio e agosto.

O Ministério da Defesa da Coreia do Norte considerou “temerária” a decisão. Nesta quinta-feira, 23, Pyongyang, após anunciar a suspensão completa do acordo, afirmou que iria reforçar suas posições militares fronteiriças. “Vamos posicionar tropas fortemente armadas e equipamentos militares avançados na região”, disse o Ministério em um comunicado divulgado pela agência estatal de notícias KCNA. A nota acrescenta que Pyongyang “nunca mais ficará vinculada” ao acordo, segundo a agência.

Além disso, o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul indicou que o vizinho do norte, que possui armas nucleares, lançou um míssil balístico na quinta-feira, mas o disparou falhou.

Na quarta-feira, a Coreia do Sul indicou que o acordo havia sido parcialmente suspenso como resposta ao lançamento de um satélite espião. Foto: Kazuhiro NOGI / AFP

“Resposta histérica”

O lançamento do satélite Mallingyong-1, perante o sorridente líder norte-coreano Kim Jong-un, foi condenado pela Coreia do Sul e seus aliados, como Estados Unidos e Japão, que o consideraram uma “violação descarada” das sanções da ONU.

O ministério norte-coreano insistiu nesta quinta-feira que o lançamento de um satélite está incluído em seu “direito à autodefesa” e minimizou o que chamou de resposta “extremamente histérica” de Seul.

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A Coreia do Sul “deve pagar caro por suas graves e irresponsáveis provocações militares e políticas, que levaram a situação atual a uma fase incontrolável”, afirmou o Ministério da Defesa.

Para o governo dos Estados Unidos, o lançamento representa uma violação das resoluções da ONU que impedem Pyongyang de desenvolver tecnologia balística, aplicada tanto no lançamento de mísseis como de satélites./AFP.

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