O presidente do Parlamento cubano, Ricardo Alarcón, acusou os Estados Unidos de negar ajuda aos desabrigados pela passagem do furacão Katrina, após o país ter impedido que as vítimas recebessem a premiação obtida pela seleção nacional cubana de beisebol no Clássico Mundial, disputado de 3 a 20 de março por 16 equipes em San Diego, na Califórnia. Alarcón disse que Cuba deixou claro que os prêmios correspondentes à equipe cubana, vice-campeã do Clássico Mundial, seriam doados aos desabrigados pelo furacão Katrina em New Orleans, já que seu interesse não era competir por motivos econômicos, segundo informou a agência oficial "Prensa Latina". Ressaltou que no domingo passado, sete meses depois da catástrofe causada pelo Katrina, apareceram novas vítimas em New Orleans, e que organizações americanas seguem reivindicando ajuda. "Elas ainda pedem dinheiro, médicos e trabalhadores de construção para ajudá-las, pois o governo do presidente George W. Bush não o está fazendo, e se dirigiram a federações de beisebol de outros países no torneio para que façam o mesmo que Cuba", ressaltou. "Por pouco o campeonato não teve sua realização suspensa, pois, inclusive, Porto Rico se rebelou contra o governo colonizador por essa posição destinada a evitar a presença cubana que, no fim das contas, contribuiu para o esplendor do evento", apontou Alarcón. A Federação Cubana de Beisebol (FCB) informou em dezembro aos organizadores do Clássico Mundial sua decisão de doar às vítimas do Katrina as receitas relativas à venda de ingressos e correspondentes à seleção da ilha na competição. Opinou que em breve deve ser melhor avaliada a decisão sobre a realização do Clássico Mundial em território americano, "porque, além dos esforços do país para excluir Cuba do torneio, sua equipe (dos EUA) sequer chegou às finais", após ser eliminado pelo México.
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