De saída, Biden aprova memorando de segurança sobre China, Irã, Coreia do Norte e Rússia

Documento sigiloso traz diretrizes para auxiliar o próximo governo a lidar com a crescente cooperação entre os principais adversários dos Estados Unidos

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Por Redação
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WASHINGTON — O presidente Joe Biden aprovou o novo memorando de segurança nacional dos Estados Unidos, antes do retorno de Donald Trump à Casa Branca. O documento pode seguir como guia para a próxima administração enfrentar a cooperação crescente entre China, Irã, Coreia do Norte e Rússia, informou o governo americano nesta quarta-feira, 11.

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O documento inclui quatro recomendações principais: melhorar a cooperação entre as agências dos EUA; acelerar o compartilhamento de informações com aliados sobre os quatro adversários; calibrar o uso de sanções e outras ferramentas econômicas do governo americano para máxima eficácia; reforçar a preparação para gerenciar crises simultâneas envolvendo esses países.

O governo Joe Biden começou a desenvolver o memorando neste verão (Hemisfério Norte). O objetivo é auxiliar a próxima administração na abordagem para os vínculos entre os principais adversários dos EUA desde o primeiro dia, segundo autoridades que falaram sob condição de anonimato. O documento classificado tem conclusões sensíveis e não será divulgado ao público.

Presidente Joe Biden aprovou diretriz de segurança nacional com foco na cooperação entre Rússia, China, Irã e Coreia do Norte antes da volta de Donald Trump à Casa Branca.  Foto: Susan Walsh/Associated Press

Os Estados Unidos têm demonstrado preocupação com a cooperação entre os seus principais adversários, intensificada desde que a Rússia invadiu a Ucrânia.

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Os funcionários do governo observaram que a Rússia recorreu ao Irã em busca de drones e mísseis à medida que foi isolada no cenário internacional. Da Coreia do Norte, Moscou recebeu artilharia, mísseis e até milhares de soldados que foram até a região de Kursk para auxiliar os russos no esforço de repelir as foras ucranianas. Enquanto isso, a China apoiou com componentes de uso duplo que ajudam a sustentar sua base industrial militar.

Em troca, o Irã recebeu caças e assistência no fortalecimento de sua defesa antimísseis e tecnologia espacial. Para a Coreia do Norte, a Rússia forneceu combustível e financiamento necessários para expandir suas capacidades industriais e militares. Além disso, “aceitou de fato a Coreia do Norte como um estado com armas nucleares”, acrescentaram as autoridades americanas.

A China, por sua vez, se beneficia do conhecimento técnico russo, com o aprofundamento da cooperação militar e tecnológica. Pequim e Moscou conduzem ainda patrulhas conjuntas no Ártico.

Biden e Trump tem visões diferentes sobre a política externa, mas autoridades dos dois governos, o que está de saída e o que se preparar para assumir, disseram que buscaram coordenar questões de segurança nacional durante a transição.

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Uma dessas fontes afirmou que o memorando da Casa Branca de Joe Biden “não tenta limitar (o governo Trump) ou incliná-lo para uma política ou outra.” Segundo o funcionário, a ideia é auxiliar a próxima administração a construir capacidade enquanto define as políticas para enfrentar alguns dos maiores desafios em política externa./ASSOCIATED PRESS

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