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Decisão do Likud é ´visão de paz´, diz Netanyahu

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Partido Likud, do primeiro-ministro Ariel Sharon, aprovou hoje uma resolução rejeitando a criação de um Estado palestino, numa grande derrota para Sharon. A votação, com o erguer dos braços dos membros do Comitê Central do Likud, foi avassaladoramente contrária à aceitação de um eventual Estado palestino. Sharon havia se oposto fortemente à resolução e tentou evitar a votação, preocupado que ela iria aumentar a pressão internacional sobre Israel e amarrar diplomaticamente suas mãos. Apesar do órgão partidário não ter poder para afastar Sharon da chefia do governo, a votação revela sua fraqueza política em seu próprio campo e pode limitar suas iniciativas. Atrás da confrontação com Sharon estava o ex-premier Benjamin Netanyahu, que pretende desafiá-lo na liderança partidária, esperando se eleger novamente primeiro-ministro no lugar de Sharon. Apenas um punhado de delegados votou contra a resolução apoiada por Netanyahu, que afirma: "Nenhum Estado palestino será criado a oeste do (rio) Jordão", referindo-se à região que inclui a Cisjordânia, Israel e a Faixa de Gaza. Reagindo à votação, o ministro palestino Saeb Erekat disse que ela "desmascara muitas coisas. Isto apenas mostra que a guerra sendo lançada por Israel contra os palestinos não é uma guerra contra o que eles chamam de terrorismo, mas é na verdade uma guerra para manter a ocupação da Cisjordânia e da Faixa de Gaza". Ele afirmou à Associated Press que a decisão do Likud foi "um tapa no rosto" do presidente americano, George W. Bush que tem se manifestado a favor do estabelecimento de um Estado palestino. A oposição a um Estado palestino é uma posição tradicional do Likud, mas Sharon vinha dizendo que sob estritas condições, ele concordaria com a criação de tal Estado, o que seria, para ele, "inevitável". Ao invés de confrontar a oposição ao Estado palestino, Sharon pediu à convenção do partido para aprovar os esforços de seu governo pela paz e segurança. Numa votação secreta, delegados à convenção votaram contra a proposta de Sharon por 59% a 41%, uma dura derrota para o premier. Parecendo desafiador mas inconfortável, Sharon assumiu o pódium e fez uma breve declaração depois de perder a votação de sua resolução. Ele disse que honraria a decisão do comitê central do partido, mas acrescentou: "Vou continuar a liderar o Estado de Israel e o povo de Israel segundo as mesmas idéias que sempre me nortearam - segurança para o Estado de Israel e seus cidadãos e nosso desejo por uma verdadeira paz". Então, Sharon deixou a sala, andando atrás de Netanyahu sem olhá-lo, antes de os delegados aprovarem rapidamente a resolução se opondo à criação do Estado palestino. Netanyahu disse à Associated Press que a votação mostra a visão de paz dos ativistas do Likud. "Em meio à campanha de terror organizada pelo (líder palestino Yasser) Arafat, eles não querem contemplar um Estado terrorista que iria ameaçar destruir Israel", afirmou. Na convenção, Netanyahu chegou a defender a expulsão de Arafat dos territórios ocupados.

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