Democratas estão ansiosos por mais poder

Após anos de marginalização, eles se apressam para promover sua agenda

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Por Los Angeles Times e Washington
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Mais de dois meses antes de assumir a Casa Branca, o presidente eleito Barack Obama está diante de um Congresso tomado pela vontade de impor cronogramas e detalhes de sua agenda sobre uma infinidade de temas - da reforma do sistema de saúde à economia. Presidentes de comissões estão empurrando projetos e líderes democratas se apressaram para convocar uma sessão que deve analisar o pacote de socorro financeiro para as montadoras de automóveis. Outras medidas de estímulo à economia podem ser promulgadas pelo Legislativo antes mesmo de Obama assumir, em 20 de janeiro. Em parte, essa euforia mostra como os democratas no Congresso estavam se sentindo boicotados, já que tiveram pouco poder por mais de uma década. Obama, porém, vê-se constrangido pela pressão de seu próprio partido e explica que "o país tem um só presidente de cada vez". Mas o clamor do Congresso levanta uma questão que deve ganhar cada vez mais importância: o Congresso irá ditar ou seguir os passos da futura administração Obama? Líderes no Legislativo dizem que acatarão os conselhos do novo presidente e garantem que há um canal de diálogo direto com a equipe de transição de Obama, mesmo quando decidem adotar posições individuais. Mas depois de oito anos submetidos ao poder de veto do presidente George W. Bush, muitos democratas agora estão impacientes. Com o temor de que problemas econômicos entrem no caminho das reformas do seguro-saúde prometidas por Obama, por exemplo, o presidente da Comissão de Finanças do Senado, Max Baucus, democrata de Montana, antecipou-se. Ele apresentou seu próprio plano de reforma na quarta-feira, pedindo que sejam adotadas medidas imediatas nesse sentido. Obama vem trabalhando para criar uma cooperação estreita com o Congresso, tendo escolhido para seu gabinete figuras com bom trânsito no Capitólio. Entre eles está Tom Daschle, ex-líder da maioria no Senado, de Dakota do Sul, que assessora a equipe do presidente eleito. O presidente eleito já se consultou com os líderes do partido no Congresso, Nancy Pelosi e Harry Reid. Obama tem mantido também conversações com o presidente do Comissão de Orçamento da Câmara, Charles B. Rangel, democrata de Nova York, sobre futuras medidas legais de estímulo econômico. Um dos chefes da equipe de transição de Obama, John Podesta, disse recentemente que o presidente eleito apresentará "imediatamente" seus planos para redução de impostos da classe média, para a reforma do sistema de saúde e para diminuir a dependência do país do petróleo estrangeiro. Em vez de implementar essas medidas por etapas, a idéia de Obama é que elas sejam colocadas em prática "simultaneamente", especificou Podesta. Um dos projetos da equipe de transição é consolidar uma estratégia para essa implementação.

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