Depois de 30 dias, opositor venezuelano encerra greve de fome

Leopoldo López põe fim ao protesto após Justiça eleitoral anunciar data das eleições parlamentares, mas pede que a 'luta continue'

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CARACAS - O opositor venezuelano Leopoldo López, líder do partido Voluntad Popular, suspendeu nesta terça-feira, 23, sua greve de fome na prisão, depois de 30 dias, em protesto por sua condição, anunciou através de uma carta, um dia após as autoridades eleitorais fixarem a data das legislativas, outra de suas exigências.

"A vocês, irmãos e irmãs, peço com o coração na mão que assumamos com humildade as conquistas obtidas neste protesto e que juntos, todos, levantemos a greve de fome", leu sua esposa Lilian Tintori em um breve pronunciamento em um hotel no leste de Caracas.

Lilian Tintori, mulher de Leopoldo López,exibe carta escrita pelo opositor explicando osmotivos que o levaram a encerrar a greve de fome Foto: FEDERICO PARRA/AFP

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"Vamos suspender a greve, mas a luta continua", disse López em uma carta escrita de próprio punho e dirigida aos 104 grevistas que o acompanham em seu protesto.

Desde 24 de maio, Leopoldo López, líder da ala radical da oposição, mantinha uma greve de fome como mecanismo de pressão para que a data das eleições fosse definida, entre outras reivindicações.

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À greve de López, economista formado em Harvard e detido há 16 meses em uma prisão militar acusado de incitar a violência em protestos antigovernamentais em 2014, foram se somando recentemente dezenas de ativistas.

Com seu anúncio na segunda-feira de que as eleições serão realizadas no dia 6 de dezembro, a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena, colocou fim às exigências da oposição e de políticos estrangeiros, que diziam que o atraso na publicação do cronograma eleitoral era parte de uma estratégia governista.

"A Venezuela já tem data para a mudança. Faz 30 dias que assumi a responsabilidade de iniciar uma greve de fome. Tivemos avanços, mas há caminho a percorrer nesta luta para conquistar a democracia", afirmou López na carta. 

O opositor reconheceu como "muito significativos" os pronunciamentos da União de Nações Sul-americanas (Unasul), da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da União Europeia (UE) e disse que "representam um claro compromisso com a democracia na Venezuela". 

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Além disso, ele afirmou confiar que "nas próximas horas se honre o compromisso da Defensoria Pública, da procuradoria e da Corte Suprema de Justiça da pronta libertação dos que estão injustamente presos". /AFP e EFE

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