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Edmundo González diz que foi coagido a reconhecer reeleição de Maduro para poder deixar Venezuela

Opositor venezuelano assinou documento no qual afirmava estar disposto a ‘acatar as decisões tomadas pelos órgãos de Justiça’; negociador de Maduro diz que González assinou porque quis

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Por Redação

CARACAS — Edmundo González Urrutia, adversário do ditador Nicolás Maduro nas eleições da Venezuela em julho, afirmou nesta quarta-feira, 18, que foi coagido a assinar um documento para “acatar” a decisão judicial que validou a reeleição do governo chavista no país. De acordo com o opositor, a assinatura do documento o permitiu sua partida para o exílio na Espanha.

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Mais cedo, Jorge Rodríguez, chefe da Assembleia Nacional e principal negociador de Maduro, apresentou o documento durante uma conferência de imprensa, horas depois de um meio de comunicação local publicar partes dele. A carta mostra González como remetente e é endereçada a Rodríguez, que assinou como destinatário. González publicou uma mensagem de esclarecimento após a divulgação da carta.

“Sempre estive e continuarei disposto a reconhecer e acatar as decisões tomadas pelos órgãos de justiça dentro do marco da Constituição, incluindo a referida sentença da Sala Eleitoral [do Tribunal Supremo de Justiça], que, embora eu não compartilhe, acato, por se tratar de uma resolução do máximo tribunal da República”, diz o texto, que continha um compromisso de “confidencialidade” das partes.

Rodríguez disse aos repórteres que González assinou a carta por vontade própria. O opositor, no entanto, no vídeo postado nas redes sociais, disse que assinou sob coerção.

“Eles apareceram com um documento que eu teria que assinar para permitir minha saída do país”, disse González . “Em outras palavras, ou eu assinava ou enfrentaria as consequências. Foram horas muito tensas de coerção, chantagem e pressão.”

Jorge Rodríguez mostrou fotografias do momento da assinatura do documento na residência do embaixador da Espanha, onde ele e a vice-presidente Delcy Rodríguez estavam presentes. Também divulgou um vídeo que mostra a saída de González em um avião da Força Aérea espanhola no dia 7 de setembro.

Rodríguez, questionado sobre a mensagem de vídeo de González, ameaçou revelar áudios de suas conversas com González, caso ele não retirasse suas afirmações.

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Jorge Rodríguez mostrou fotografias do momento da assinatura do documento na residência do embaixador da Espanha. Opositor diz que foi coagido.  Foto: Federico PARRA / AFP

“Ele nos procurou”, afirmou Rodríguez. “Aqui não houve nenhum tipo de medida, nenhum tipo de situação em que o senhor Edmundo González Urrutia pudesse se sentir violentado. Muito pelo contrário, ele nos procurou para conversar.”

O opositor, que é alvo de um mandado de prisão na Venezuela, passou um mês na clandestinidade antes de pedir asilo na Espanha, aonde chegou em 8 de setembro.

Segundo a carta, subscrita também por uma testemunha não identificada, González expressou sua intenção de deixar a Venezuela “para que se consolide a pacificação e o diálogo político”, e se comprometeu a ter uma atividade pública “limitada”.

“Com o propósito de contribuir para alcançar esse clima de convivência e tranquilidade que todos desejamos, comprometo-me a manter a devida prudência, moderação e respeito em minha atuação no âmbito público”, diz o texto. “Não pretendo, em nenhum caso, exercer representação formal ou informal de quaisquer poderes públicos”./AFP e AP.

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