Apesar de a Liga Árabe ter exortado ontem - em reunião extraordinária realizada no Cairo - o fim dos contatos diplomáticos com Israel até o fim dos ataques contra palestinos, o presidente egípcio, Hosni Mubarak, disse hoje que seu país e a Jordânia não renunciarão a seus esforços para reativar as conversações entre israelenses e palestinos. "A iniciativa Egito-Jordânia continua na mesa e devemos continuar (os esforços) para reativá-lo", disse Mubarak. Contudo, ao mesmo tempo, o presidente egípcio acusou o governo do primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, de travar iniciativa, considerada uma das intenções mais sérias para colocar fim à violência entre israelenses e palestinos. Mubarak também acusou Israel de usar força militar excessiva e destacou que ficou surpreso com o uso de aviões de guerra "contra um povo que usa somente pedras e morteiros". Ele advertiu que "os recentes acontecimentos na região levarão a uma catástrofe que prejudicará os interesses de todas as potências estrangeiras na região". O ministro das Relações Exteriores do Egito, Ahmed Maher, destacou em um comunicado que as recomendações da Liga Árabe não irão afetar os vínculos do seu país com Israel. "Esta recomendação não tem nada a ver com o tratado de paz (Egito-Israel), nem com as embaixadas (árabe e israelenses) que continuarão operando normalmente", acrescenta a nota. Ontem, Mubarak ainda ligou para o presidente dos EUA, George W. Bush, e outros líderes mundiais para pedir uma intervenção internacional no conflito.
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