O governo de El Salvador expressou sua disposição em localizar as crianças que foram parar nas mãos de integrantes do Exército durante a guerra civil que assolou o país entre os anos de 1980 e 1992, que deixou mais de 75 mil mortos, 12 mil deficientes e 8 mil desaparecidos. De acordo com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), com sede em Washington, a chancelaria salvadorenha informou sobre os esforços na busca de meninos e meninas que se extraviaram dos pais durante o conflito. A Associação Pró Busca de Meninos e Meninas Desaparecidos (Pró Busca) informou que representantes do Estado depuseram na CIDH sobre o caso dos irmãos Gregoria Herminia, Serapio Cristian e Julia Inés Contreras Recinos, que desapareceram nas mãos de militares em agosto de 1982. Segundo a organização, o Estado de El Salvador "novamente negou o desaparecimento de meninos e meninas e a responsabilidade das Forças Armadas". No entanto, o comunicado oficial afirma que os representantes governamentais "demonstraram a disposição do Estado e do Ministério Público em descobrir o paradeiro de crianças extraviadas durante o conflito". "A maioria dos menores pertencia a famílias de integrantes dos grupos guerrilheiros", acrescenta o documento. Segundo o governo, "em quase todos os casos as crianças foram abandonadas perto de acampamentos quando os guerrilheiros fugiam do Exército, e eram recolhidas pelos militares e entregues à Cruz Vermelha Internacional ou a famílias que as adotavam". El Salvador viveu 12 anos de guerra civil que terminou com os Acordos de Paz de 16 de janeiro de 1992.