SEUL - A presidente da Coreia do Sul, Park Geun-Hye, envolvida em um escândalo político pelo papel de uma de suas confidentes, demitiu nesta quarta-feira, 2, o primeiro-ministro, Hwang Kyo-Ahn, informou o porta-voz da presidência Jung Youn-Kuk.
O cargo de primeiro-ministro é mais simbólico na Coreia do Sul, onde o poder está de fato nas mãos do presidente. Hwang Kyo-Ahn foi demitido "diante da atual situação" e como parte de uma reorganização do gabinete para criar um ambiente "neutro", disse o porta-voz em referência ao escândalo, que tem levado muitos sul-coreanos a exigirem a renúncia da presidente.

O novo primeiro-ministro será Kim Byong-Joon, que foi assessor do ex-presidente liberal Roh Moo-Hyun, e é considerado um político de esquerda - um perfil que contrasta com o da presidente, membro do partido conservador governante Saenuri e filha do ditador Park Chung-hee, que governou entre 1961 e 1979. A escolha de Kim deverá ser referendada pela Assembleia Nacional (Parlamento).
A "Casa Azul", sede da presidência, também nomeou o presidente da Comissão de Serviços Financeiros Yim Jong-yong como ministro das Finanças e vice-primeiro-ministro. Yim, que substitui o ministro em exercício Yoo Il-ho, tem sido bem-aceito por formuladores de política e participantes do mercado em seu papel atual.
A reforma pretende atender as exigências, tanto do partido governante como da oposição, para que a presidente renove o Executivo com políticos considerados "mais neutros" enquanto as autoridades esclarecem o escândalo que envolve Choi Soon-sil.
Park Geun-Hye está sob pressão após uma série de revelações que sugerem que Choin Soon-Sil, sua amiga há 40 anos, a aconselhava nos assuntos de Estado sem exercer nenhuma função oficial ou ter habilitação em matéria de segurança.
Choi é investigada por tráfico de influência e corrupção devido a suspeitas de que aproveitou seus contatos na Casa Azul para extorquir os principais conglomerados econômicos do país, como a Samsung, que teria destinado importantes somas de dinheiro a fundações criadas pela amiga da presidente.
Segundo a imprensa sul-coreana, Choi Soon-Sil também teria escrito discursos presidenciais e consultado documentos secretos do governo. / AFP, REUTERS e EFE