Policiais chilenos reforçaram ontem a segurança nas proximidades da Embaixada do Brasil, no centro de Santiago, após um ataque a bomba contra o prédio onde funciona a representação diplomática brasileira. A bomba, de fabricação caseira, foi detonada entre 12h30 e 1h30 da madrugada de ontem, destruindo vidros e danificando a parede e uma porta do prédio da embaixada. Câmeras de um circuito interno de segurança indicaram que uma pessoa encapuzada agiu de maneira isolada, lançando a bomba contra o prédio. O artefato explodiu cinco minutos depois, com um grande estrondo. Os resíduos do artefato foram entregues aos policiais e ao serviço de segurança chileno. "Não recebemos ameaças de ninguém e nenhum grupo reivindicou a autoria do atentado", disse ao Estado o embaixador do Brasil em Santiago, Mário Villalba. "O fato não passou de um ato isolado, sem nenhum significado para as relações entre os dois países." Esse foi o segundo atentado a bomba contra representações brasileiras no Chile em pouco mais de quatro anos. Em 23 de março de 2004, o Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR) lançou um explosivo contra o prédio onde funciona o consulado brasileiro, também no centro da capital chilena. O ataque foi uma retaliação contra a condenação a 16 anos de prisão de Mauricio Hernández Norambuena, que planejou e foi um dos seqüestradores do publicitário Washington Olivetto. Seqüestrado em 11 de dezembro de 2001, Olivetto ficou 56 dias em cativeiro. O embaixador brasileiro também não viu ligações aparentes entre o atentado e o recente incidente no qual alguns estudantes se acorrentaram ao portão da embaixada para pedir apoio do Brasil para suas propostas de mudanças no sistema educacional chileno. "A mim não cabe inferir nada", diz Villalba. "São as investigações que vão dar as pistas sobre quem jogou esse explosivo." No Brasil, o Ministério de Relações Exteriores disse confiar nas investigações que as autoridades policiais chilenas estão conduzindo para descobrir as causas e os autores do atentado. Ainda de acordo com informações do Itamaraty, a chancelaria chilena chamou o embaixador brasileiro em Santiago para prestar-lhe solidariedade e dizer que seus policiais estão à disposição para proteger as instalações diplomáticas do Brasil na capital chilena.