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Entenda a crise na Líbia desde a morte de Muamar Kadafi 

País rico em petróleo, a Líbia está mergulhada no caos desde a queda e o assassinato de Muamar Kadafi, em 2011

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Por Redação
Atualização:

TRÍPOLI - País rico em petróleo, a Líbia está mergulhada no caos desde a queda e o assassinato de Muamar Kadafi, em 2011, com duas autoridades rivais e grupos armados que disputam o controle do território.

Trípoli sitiada: guerra civil na Líbia envolve cada vez mais atores internacionais Foto: Omar Ibrahim / Reuters

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Reconhecido pela ONU, o governo de unidade tem sua sede em Trípoli, enquanto o líder militar do leste do país, Khalifa Haftar, apoia uma administração paralela. Confira abaixo a evolução dos acontecimentos no país:

Kadafi é assassinado

Promovidas por levantes na Tunísia e no Egito, manifestações explodiram na Líbia em fevereiro de 2011. Uma coalizão dirigida por Estados Unidos, França e Reino Unido apoia uma revolta armada. No poder por 42 anos, Kadafi foge da capital, mas é capturado e assassinado em 20 de outubro de 2011.

Muamar Kadafi participa de parada militar na capital líbia, Trípoli, em 1999 Foto: REUTERS

Três dias depois, o Conselho Nacional de Transição (CNT), rebelde, declara a "libertação total" da Líbia. Em agosto de 2012, o CNT entrega o poder a uma autoridade de transição, o Congresso Nacional Geral (CNG).

Embaixadas na mira

O então embaixador dos Estados Unidos, Chris Stevens, e três membros do pessoal americano foram assassinados em um ataque em 11 de setembro de 2012 contra seu consulado na segunda maior cidade da Líbia, Benghazi. Um grupo extremista ligado à rede Al-Qaeda se responsabiliza pelo ataque.

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Ao lado do presidente Barack Obama, Hillary participa do anúncio da morte do embaixador Chris Stevens, durante ataque ao consulado em Benghazi, em setembro de 2012 Foto: Doug Mills/The New York Times

Um carro-bomba explode em abril de 2013 contra a Embaixada da França em Trípoli, ferindo dois guardas franceses. A maioria das delegações estrangeiras se retira de Trípoli.

Governos rivais

O general do Exército Haftar lança uma ofensiva em maio de 2014 contra grupos extremistas em Benghazi. Tem o apoio do Egito e dos Emirados Árabes Unidos. Vários oficiais militares do leste do país se unem a seu autodenominado Exército Nacional Líbio. Em meio à disputa de nacionalistas e islamistas pelo poder, eleições legislativas são realizadas em junho. Um Parlamento dominado por anti-islamistas sai vitorioso.

Putin cumprimentaFayez al Sarraj, primeiro-ministro da Líbia, durante reunião em Istambul Foto: Presidência da Turquia / AP

As milícias lideradas por islamistas impugnam os resultados e invadem Trípoli em agosto, restaurando o CNG no poder. Com reconhecimento internacional, o Parlamento eleito se refugia na cidade de Tobruk, ao leste. Com isso, o país se encontra dividido, com dois governos e dois Parlamentos.

Depois de meses de negociações e de pressão internacional, os legisladores dos Parlamentos rivais firmam um pacto em dezembro de 2015 para estabelecer um Governo de Acordo Nacional (GAN) reconhecido pela ONU. Em março de 2016, o chefe do GAN, Fayez al-Sarraj, chega a Trípoli para estabelecer o novo governo, mas a administração rival, de Haftar, nega-se a reconhecer sua autoridade.

Extremistas

Em dezembro de 2016, o GAN anuncia que as forças sob seu comando expulsaram o grupo Estado Islâmico de Sirte, cidade natal de Khadafi. Em julho de 2017, Haftar anuncia a "libertação total" de Benghazi do controle extremista. Al-Sarraj e Haftar se reúnem em Paris em maio de 2018 e concordam em trabalharem juntos para novas eleições. As divisões entre eles não fazem mais do que se aprofundar.

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Haftar na ofensiva

Em janeiro de 2019, Haftar lança uma ofensiva no sul da Líbia, aparentemente destinada a acabar com "terroristas" e com grupos criminosos. Suas forças se apoderam de Sebha, a capital da região, e de um dos principais campos petroleiros do país, sem encontrar resistência.

Em abril, suas forças começam uma ofensiva para tomar Trípoli do GAN. Registram-se confrontos que deixam mais de 280 civis e 2 mil combatentes mortos em nove meses.

Líbio caminha pelos destroços de sua casa após ataque lançado pelas forças de Khalifa Haftar na região de Tajoura, ao leste de Trípoli Foto: Hazem Ahmed/Reuters - 2019

O conflito se estende para outros países: Turquia e Catar apoiam o GAN, enquanto Egito e Emirados Árabes Unidos ficam do lado de Haftar. Surgem informações de que a Rússia enviou mercenários para apoiar Haftar, embora Moscou negue esses rumores de forma categórica. / AFP

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