EUA e Cuba discutem sobre propriedades de americanos confiscadas na Revolução Cubana
A questão, uma das mais delicadas entre os dois países, está ligada ao embargo econômico imposto aos cubanos. Para porta-voz da diplomacia americana, reunião é ‘prioridade para a normalização das relações’
PUBLICIDADE
Por Redação
WASHINGTON - Representantes dos governos dos EUA e Cuba se reunirão nesta terça-feira, 8, em Havana para discutir pela primeira vez sobre as propriedades de americanos confiscadas durante a Revolução Cubana, informou o porta-voz do Departamento de Estado, John Kirby.
"EUA e Cuba realizarão sua primeira reunião de governo para governo sobre as discussões de reivindicações em Havana amanhã", indicou Kirby na segunda-feira em entrevista coletiva diária. Ele detalhou que a delegação diplomática americana será liderada pela assessora legal do Departamento de Estado, Mary McLeod.
Novos tempos em Cuba
1 / 21Novos tempos em Cuba
Cubanos acessam sinal de internet em um dos 35 pontos de Havana que têm Wi-Fi; apesar de ter sido reduzido, preço é muito alto
Cubanos acessam sinal de internet em um dos 35 pontos de Havana que têm Wi-Fi; apesar de ter sido reduzido, preço é muito alto Foto: REUTERS/Enrique de la Osa
Cuba
Carros dos anos 50 que funcionam como táxis em Havana - As imagens de Havana foram feitas pela correspondente do Estadão Cláudia Trevisan e por agênci... Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃOMais
Cuba
Juan, de costas, e vizinhos do bairro Romerillo; todos dizem que os salários que recebem são insuficientes para viver e esperam mudanças com a retomad... Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃOMais
Cuba
Muro com slogans em frente à Embaixada dos EUA, na Tribuna Anti-Imperialista Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
Cuba
Félix Bueno, 64, em sua casa no bairro Romerillo; Na parede, uma imagem modificada de Che Guevara, feita por um artista mexicano. Nas mãos, a foto de ... Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃOMais
Cuba
José Luís, motorista da reportagem do Estado, com seu Moscovich 1980, que herdou do pai, e o gancho improvisado que usa para manter o vidro fechado Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
Cuba
Juan em sua casa em Romerillo com uma manga que custa 5 pesos (0,25 dólares); com aposentadoria e trabalho de vigia, ele ganha 360 pesos por mês Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
Cuba
Prédio da Embaixada dos EUA em Havana Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
Cuba
Cubanos consertam carro americano dos anos 50 no bairro Romerillo, em Havana Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
Cuba
Jornal que está no Museu da Revolução; com data de 4 de janeiro de 1961, anuncia a decisão dos EUA de romper relações com Cuba Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
Cuba
Carros dos anos 50 que funciona como táxi em Havana; várias pessoas tomam o mesmo veículo, que faz um trajeto definido ao custo de US$ 0,40 Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
'Nova Cuba'
Grupo de turistas passeia em antigo carro conversível em Havana. Para americanos, visitar Cuba é uma verdadeira "viagem no tempo" Foto: Alejandro Ernesto_EFE
'Nova Cuba'
É cada vez mais comum a presença de turistas americanos em Havana, atraídos por construções antigas e carros clássicos que ainda circulam pelas ruas Foto: Alejandro Ernesto / EFE
'Nova Cuba'
Altar onde Papa Francisco rezará a primeira missa em território cubano Foto: Alejandro Ernesto / EFE
'Nova Cuba'
A retomada das relações entre EUA e Cuba está permitindo a entrada de navios de cruzeiros e elegantes iates de luxo no território cubano Foto: Desmond Boylan / AP
'Nova Cuba'
Preparativos para receber o Papa em Havana começam a mudar a fachada da capital. Pontífice chega à cidade no dia 19 de setembro Foto: Alejandro Ernesto / EFE
'Nova Cuba'
Turistas caminham em Havana e desfrutam de uma autêntica "viagem no tempo" Foto: Alejandro Ernesto / AP
'Nova Cuba'
Segurança caminha ao lado do iate americano Still Waters, atracado na marina Hemingway, em Havana Foto: Desmond Boylan / AP
'Nova Cuba'
Grupo de turistas visita uma feira de livros em Havana. Muitos americanos querem visitar a ilha para saber o que mudou em 50 anos Foto: Alejandro Ernesto / AP
'Nova Cuba'
Trabalhadores cubanos constroem altar para a visita do Papa Francisco Foto: Alejandro Ernesto / EFE
'Nova Cuba'
Cachorro com fantasia em desfile de Carnaval em Santiago. Festividade deve atrair mais turistas a cada anoapós a retomada das relações com os EUA Foto: Alejandro Ernesto / EFE
PUBLICIDADE
O assunto das expropriações é um dos mais delicados entre os dois países e está ligado ao embargo econômico que pesa sobre Cuba. Os EUA decretaram o bloqueio à ilha, em parte, para reagir à decisão de Fidel Castro de nacionalizar empresas estrangeiras, o que afetou companhias e bancos americanos.
"Esta reunião inicial permitirá que as duas partes compartilhem informações sobre uma variedade de reivindicações", comentou Kirby.
Publicidade
O porta-voz indicou que a diplomacia americana esclarecerá o caso de milhares de pessoas e corporações que perderam casas, fazendas, fábricas ou negócios após a Revolução Cubana e que formalizaram suas reivindicações nos EUA por meio de uma comissão especial do Departamento de Justiça.
"O governo de Cuba também apresentou queixas contra o embargo dos EUA", informou o porta-voz, que recusou dar mais detalhes sobre a postura de Havana, que nunca reconheceu como legítimas as ações legais de cidadãos americanos para recuperar suas antigas propriedades em território cubano.
"A reunião é o primeiro passo do que esperamos ser um processo longo e complexo. Os EUA consideram a resolução destas espetaculares reivindicações como uma prioridade para a normalização de relações", destacou o porta-voz da diplomacia americana.
Na semana passada, em Washington, comitivas de ambos os países se reuniram pela segunda vez para tentar chegar a um acordo de cooperação para combater o tráfico de drogas, com a possibilidade de realizar um próximo encontro técnico sobre o tema em Havana em 2016, proposto por Cuba. /EFE