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EUA e Rússia fazem novo acordo para armas nucleares

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente americano, George W. Bush, anunciou hoje, oficialmente, ter chegado a um acordo com seu colega russo, Vladimir Putin, para reduzir os arsenais nucleares de seus países a uma quantidade que oscilará entre 1.700 e 2.200 ogivas. Pelo tratado atualmente em vigor, o Start 1, EUA e Rússia podem manter entre 6.000 e 7.000 ogivas. O anúncio foi confirmado em Moscou por Putin, que especificou que o acordo será formalizado - durante a visita que Bush fará à Rússia no fim do mês - na forma de um tratado, que se constituirá num documento com um breve preâmbulo, seguido do nível de redução e do prazo de vigência, previsto para 10 anos. Bush preferia firmar uma declaração informal para não ter de submeter o documento à ratificação do Senado americano, no qual a oposição democrata tem maioria. Segundo o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, o ponto mais difícil das negociações do acordo dizia respeito à forma de redução dos arsenais. Os americanos queriam armazenar as ogivas desativadas, enquanto os russos pretendiam destruí-las. O impasse se resolveu com uma decisão mista: parte das ogivas desmontadas será destruída e parte será armazenada. As duas partes ainda não alcançaram um acordo sobre os sistemas de verificação da aplicação do tratado, mas o tema deve ser definido por um grupo de trabalho formado por técnicos das duas partes, que se reunirão depois do encontro de Bush e Putin,no dia 25, em Moscou. Bush saudou o acordo como o "fim do legado da guerra fria" e o anunciou como "uma boa notícia para o povo americano". "Tenho o prazer de anunciar que EUA e Rússia concordaram em firmar um tratado que reduzirá substancialmente nossos arsenais nucleares", disse Bush. "Isso liquidará o legado da guerra fria." "Quando firmarmos o tratado com o presidente Putin, começará uma nova era nas relações entre EUA e Rússia. Essa nova relação se dará num período marcado pela segurança mútua e segurança econômica", acrescentou. "Estou ansioso para ir a Moscou e firmar esse tratado, que é o ponto alto de muitos meses de trabalho árduo e uma relação baseada na confiança que se desenvolveu no encontro que mantive com o presidente Putin na Eslovênia no ano passado." Ao ser informado que os diplomatas dos dois países tinham acertado o acordo, Putin declarou que estava "satisfeito com o trabalho conjunto". "Sem a posição interessada e ativa do governo dos EUA e a atenção do presidente Bush teria sido mais difícil alcançarmos tal acordo", disse Putin. Por outro lado, o vice-chanceler russo Georgi Mamedov afirmou que o governo russo estava pronto para discutir com os americanos outro acordo sobre armas nucleares defensivas, um dos pontos mais sensíveis das relações entre Washington e Moscou. O governo americano planeja abandonar o Tratado Antimísseis Balísticos (ABM), de 1972. Por esse pacto, as partes se comprometiam a não reforçar seus sistemas de defesa, partindo-se do princípio que a vulnerabilidade ao contra-ataque evitava o ataque. Mas o ABM é um entrave para a pretensão americana de construir um escudo antimísseis que proteja os EUA de eventuais ataques de países considerados "párias".

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