BAGDÁ - O Estados Unidos começaram a reduzir sua presença militar no Iraque após Bagdá ter declarado vitória sobre o grupo terrorista Estado Islâmico (EI), no mês passado, afirmaram nesta segunda-feira, 5, um porta-voz do governo iraquiano e empresas de segurança ocidentais que atuam no país do Oriente Médio.
A retirada americana marca uma mudança de prioridades de Washington, após a queda do que os extremistas qualificavam como califado, no fim de 2017. A movimentação dos EUA ocorre três meses antes das eleições gerais no Iraque, nas quais grupos paramilitares próximos ao governo do Irã deverão ter papel decisivo.
De acordo com as empresas de segurança terceirizada, soldados americanos foram transportados do Iraque para o Afeganistão em voos diários na semana passada, juntamente com armamento e equipamentos militares. A Associated Press testemunhou movimentações de tropas na Base Aérea de Al-Assad, no oeste iraquiano, que confirmam o relato.
“A batalha contra o Daesh (acrônimo em árabe para EI) acabou e, por este motivo, o nível da presença americana (no Iraque) será reduzido”, disse o porta-voz do governo iraquiano Saad al-Hadithi, afirmando que a retirada das forças dos EUA – a primeira desde o início da guerra contra o EI, três anos atrás – ainda está nos estágios iniciais. “A continuidade da presença da coalizão (liderada pelos americanos) no Iraque será condicionada, proporcional à necessidade e em coordenação com o governo do Iraque”, afirmou o coronel Ryan Dillon, do Exército dos EUA, porta-voz da aliança militar.
Um alto funcionário do governo do primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, afirmou que 60% de todo o contingente americano no Iraque será retirado, segundo um acordo inicial estabelecido com Washington. O plano estabeleceria que aproximadamente 4 mil militares dos EUA permaneceriam no Iraque. Até o fim de setembro, segundo relatório do Pentágono, 8.892 soldados americanos estavam lotados no Iraque. / AP