Governo grego enfrenta primeira grande greve contra austeridade

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Por RENEE MALTEZOU E HARRY PA

Voos e trens foram suspensos, lojas fecharam as portas e dezenas de milhares de gregos tomaram as ruas, nesta quarta-feira, na primeira greve contra as medidas de austeridade no país desde que um novo governo de coalizão tomou posse em junho. Em Atenas, mais de 50 mil pessoas gritaram nas ruas: "Não vamos nos submeter à troika (credores)" e "Fora UE e FMI!". Os manifestantes passaram pela praça Syntagma, no centro de Atenas, em direção ao Parlamento, para protestar contra a nova rodada de medidas de austeridade determinadas pela UE e o FMI como exigência para dar mais ajuda ao país. "Não aguentamos mais isso -- estamos sangrando. Não podemos criar nossas crianças dessa forma", disse Dina Kokou, uma professora de 54 anos e mãe de quatro filhos que vive com uma renda mensal de 1.000 euros. "Esses aumentos de impostos e cortes de salários estão nos matando." A greve, convocada pelos dois maiores sindicados do país --que representaram metade dos 4 milhões de trabalhadores gregos-- é o primeiro grande teste à popularidade do primeiro-ministro Antonis Samaras. As férias de verão deram ao governo de coalizão liderado pelos conservadores uma calma relativa nas ruas desde que Samaras chegou ao poder com uma plataforma pró-euro e pró-resgate, mas os sindicatos preveem mais protestos com o fim do descanso. "Ontem os espanhóis tomaram as ruas, hoje somos nós, amanhã serão os italianos e no dia seguinte, todo o povo da Europa", disse Yiorgos Harisis, sindicalista do sindicato dos servidores públicos Adedy. Cerca de 3 mil policiais --o dobro do usado normalmente-- foram às ruas para proteger o centro de Atenas e autoridades se prepararam para o tipo de violência que marcou manifestações passadas no país. O último grande caso de violência nas ruas de Atenas ocorreu em fevereiro, quando manifestantes colocaram fogo em lojas e agências bancárias depois que o Parlamento aprovou as medidas de austeridade.

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