O presidente boliviano, Evo Morales, emitiu na segunda-feira, 2, um decreto contemplando um plano de negociação para nacionalizar a Entel, a maior telefônica do país, da qual a companhia italiana Telecom é principal acionista e administradora. A negociação será realizada por uma comissão ministerial e deve ser concluída em 30 dias, afirmou o ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, ao anunciar o decreto no palácio de Governo, em La Paz. A Telecom possui 50% da Entel, seus funcionários e investidores minoritários controlam 6% e os 44% restantes, em teoria propriedade do povo boliviano, são controlados em partes iguais por duas Administradoras de Fundos de Pensões (AFP), uma filial do grupo espanhol BBVA e outra do suíço Zurique. Morales admitiu em fevereiro que já existia então um "profundo debate" entre os advogados do governo para analisar como nacionalizar a telefônica, adquirida parcialmente em 1996 pela italiana Stet, que depois vendeu sua participação a Telecom. Além disso, no relatório que entregou ao Congresso ao completar seu primeiro ano na Presidência, Morales antecipou que em 2007 nacionalizará as companhias mistas nas quais ficar comprovado que houve corrupção ou descumprimento de investimentos prometidos. A comissão que vai negociar a estatização da Entel será formada pelo ministro Quintana e seus colegas da Fazenda, Luis Arce, e Obras Públicas, Jerjes Mercado.