Facebook banirá postagens que neguem ou distorçam o Holocausto

CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, anuncia nova política e mais recente iniciativa da empresa para tentar conter as teorias da conspiração e a desinformação antes da eleição presidencial dos EUA

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Por Redação
Atualização:

SÃO FRANCISCO - O Facebook passará a banir postagens que neguem ou distorçam o Holocausto e começará a direcionar as pessoas para fontes autorizadas se elas buscarem informações sobre o genocídio nazista.

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O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, anunciou a nova política nesta segunda-feira, 12, na mais recente iniciativa da empresa para tentar conter as teorias da conspiração e a desinformação antes da eleição presidencial dos EUA. 

No dia 4, a rede anunciou a proibição a grupos que "representem" a QAnon, a teoria da conspiração que afirma que os EUA são governados por forças ocultas, envolvidas em redes de pedofilia internacional, as quais buscam estabelecer uma "nova ordem mundial".  Três dias depois, informou que deixará de veicular anúncios sobre questões políticas e sociais após o fechamento das urnas nas eleições americanas de 3 de novembro.

Mark Zuckerberg, presidente executivo do Facebook Foto: Tom Brenner/The New York Times

A decisão anunciada hoje veio em meio à mobilização de sobreviventes do Holocausto em todo o mundo durante o verão (no norte), que emprestaram suas vozes a uma campanha para pressionar Zuckerberg a tomar medidas para remover as postagens de negação do Holocausto do site de mídia social.

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Coordenada pela Claims Conference (grupo que representa judeus em negociações de compensação e restituição para vítimas de perseguição nazista e seus herdeiros), a campanha #NoDenyingIt usou o próprio Facebook para fazer com que as súplicas dos sobreviventes a Zuckerberg fossem ouvidas, postando um vídeo por dia instando-o a remover grupos, páginas e postagens que negam o Holocausto como discurso de ódio.

Zuckerberg disse em uma postagem nesta segunda-feira que acredita que a nova política atinge o "equilíbrio certo" ao estabelecer os limites entre o que é e o que não é discurso aceitável.

“Lutei com a tensão entre defender a liberdade de expressão e os danos causados ​​por minimizar ou negar o horror do Holocausto”, escreveu ele. “Meu próprio pensamento evoluiu à medida que vejo dados que mostram um aumento na violência antissemita, assim como nossas políticas mais amplas sobre discurso de ódio.”

Zuckerberg havia despertado a ira da Claims Conference, com sede em Nova York, e outros com comentários em 2018 para o site de tecnologia Recode de que as postagens negando a aniquilação nazista de 6 milhões de judeus não seriam necessariamente removidas. Ele disse que não acha que os negadores do Holocausto estão errando “intencionalmente” e que, desde que as postagens não causem dano ou violência, mesmo ofensivo o conteúdo deveria ser protegido.

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Depois de protestos, Zuckerberg, que também é judeu, esclareceu que, embora pessoalmente achasse "a negação do Holocausto profundamente ofensiva", ele acreditava que "a melhor maneira de combater a linguagem ofensiva é com a linguagem correta".

O Congresso Mundial Judaico e o Comitê Judaico Americano elogiaram a decisão e disseram que a mudança ocorreu após conversas contínuas com o Facebook. “Por vários anos, o Congresso Judaico Mundial tem defendido que o Facebook remova o conteúdo de negação do Holocausto de sua plataforma e tem trabalhado com as equipes de política da empresa de mídia social para revisar essas postagens e classificá-las como discurso de ódio segundo os padrões da comunidade da empresa”, disse o Congresso Judaico Mundial em uma declaração./ AP e Reuters