BOGOTÁ - No dia em que completam 47 anos de fundação, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) divulgaram um comunicado nesta segunda-feira, 30, insistindo no caminho da "solução política e dialogada" e assegurando que durante suas quase cinco décadas de existência, nunca desistiram "da solução política do conflito social e armado".
Na nota, divulgada no site Anncol, que geralmente publica os textos dos guerrilheiros, o Estado Maior Central das Farc agregou que "a busca pela paz com justiça social é parta da gênese e da razão de luta" do grupo.
A mensagem, porém, não cita em nenhum momento o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e nem o convoca para uma eventual reunião de negociações. A nota também não dá nenhuma perspectiva de libertação de alguns dos mais de vinte prisioneiros - civis e militares - mantidos pelo grupo guerrilheiro.
As Farc foram fundadas em 1964, no sul do departamento (Estado) de Tolima, por Pedro Antonio Marín - ou Manuel Marulanda Vélez -, também conhecido como Tirofijo, um lendário guerrilheiro morto em abril de 2008. Atualmente, cerca de 8 mil guerrilheiros compõem a força rebelde, considerada terrorista pelos EUA e pela União Europeia.
Os guerrilheiros sofreram um duro golpe durante o governo do ex-presidente Álvaro Uribe, que adotou uma política de tolerância zero no combate às ações das Farc. Santos, o atual líder colombiano, deu continuidade a essa postura, embora diga que está aberto às negociações caso os guerrilheiros deponham as armas.