CAIRO - No décimo terceiro dia de protestos contra o governo de Husni Mubarak, longas filas se formaram na porta de bancos no Cairo, que reabriram neste domingo após terem permanecido fechados desde o dia 27 de janeiro. Centenas de pessoas fazem fila em frente às instituições financeiras.
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Dependendo das filiais, que vão funcionar com horários restritos, o número de clientes também será limitado. "Estou esperando há cinco dias pela abertura do banco para receber meu salário. Não tenho dinheiro e tive de fazer empréstimos, mas tenho de cobrar hoje (neste domingo) para poder devolvê-los", disse à Efe Mohammed Ahmed, enquanto esperava para entrar uma filial bancária.
O governo egípcio estima que o país estaria perdendo cerca de US$ 300 milhões por dia por conta da crise. Por conta disso, o Banco Central está liberando parte das reservas de US$ 36 bilhões para cobrir saques e transações. A bolsa de valores do Cairo permanece fechada.
Irmandade Muçulmana. Neste domingo, 6, a Irmandade Muçulmana se reunirá pela primeira vez com o vice-presidente egípcio, Omar Suleiman, junto com outros representantes da oposição. O porta-voz da organização islâmica, Issal al-Arian, confirmou que a reunião acontece às 11h (horário local, 7h de Brasília) e disse que o grupo tinha aceitado participar desse diálogo para conhecer as posturas das autoridades "sobre as exigências do povo"
No sábado, 5, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ligou para os líderes da Alemanha, Grã-Bretanha e Emirados Árabes Unidos e abordou a necessidade de se implementar mudanças políticas no Egito, segundo a Casa Branca. Obama enfatizou a importância de uma transição ordenada e pacífica,"para um governo que seja receptivo às aspirações do povo egípcio, incluindo negociações confiáveis entre governo e oposição", segundo comunicado do governo.
A iniciativa parece fazer parte dos esforços dos Estados Unidos pela manutenção de Hosni Mubarak no poder, para que ele conduza as negociações de transição em resposta às manifestações que varreram o Egito desde 25 de janeiro.
Explosão. No sábado, uma explosão atingiu uma estação compressora de gás e se espalhou para um dos principais gasodutos da cidade de Arish, na península egípcia do Sinai, a cerca de 70 quilômetros da Faixa de Gaza. O gasoduto fornece gás natural para Israel e Jordânia.
(Com agências internacionais)
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