BENGHAZI - As forças rebeldes que lutam para derrubar o ditador Muamar Kadafi na Líbia estão se retirando da cidade de Brega, que abriga um dos mais importantes terminais petrolíferos do país. O local, que fica 230 quilômetros a oeste de Benghazi, o principal reduto opositor, foi retomado pelas tropas leais ao coronel.
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Em 24 horas, as forças de Kadafi avançaram 150 quilômetros, entre Ras Lanuf e Brega. Em Benghazi, a segunda maior cidade do país, com um milhão de habitantes, há um clima de tensa expectativa. As kataeb (brigadas do lado do regime) têm enorme superioridade militar e preparam-se para retomar Benghazi apoiadas por tanques, aviões e barcos.
A televisão estatal líbia confirmou a tomada de Brega, embora a emissora já tenha feito relatos falsos sobre a tomada de território. No sábado, um morador relatou confrontos entre forças do governo e rebeldes em Misrata, território ocupado por forças leais a Kadafi. Misrata é a terceira maior cidade do país e fica a 200 quilômetros a sudeste de Trípoli.
Nos últimos dias, os rebeldes sofreram uma série de derrotas que representaram um grande recuo para as forças de oposição que apenas uma semana atrás detinham toda a metade leste do país. Os insurgentes não conseguem mais avançar na direção oeste, rumando para Trípoli, onde combateriam o último front do ditador.
Em Benghazi, grupos pró-Kadafi estão se sentindo mais seguros para agir. Um sinal disse foi ataque à equipe do canal árabe Al-Jazira no sábado, quando o cinegrafista Ali Hassan al-Jaber morreu.
Os rebeldes pediram a instalação de uma zona de exclusão aérea, afirmando que não têm como enfrentar os jatos de combate de Kadafi. No sábado, a Liga Árabe pediu ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que impusesse a zona de exclusão, aumentando a pressão sobre os EUA e outras potências ocidentais a tomar a medida, à qual a maioria expressou fortes reservas.
Com estadão.com.br
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