Forças pró-Khadafi usam tanques e aviões para combater rebeldes

Governo lança ampla ofensiva em cidades controladas por opositores, como Zawiya e Ras Lanuf.

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Por BBC Brasil

Forças pró-Khadafi bombardeiam reduto de rebeldes em Ras Lanuf Forças leais ao líder líbio, Muamar Khadafi, lançaram nesta terça-feira uma grande ofensiva contra Zawiya, cidade a 50 quilômetros a oeste de Trípoli que era controlada pelos rebeldes. Testemunhas disseram à BBC que o ataque deixou várias vítimas e que foram usados pelo menos 50 tanques e 120 camionetes levando homens armados. "Não sei quantos foram mortos. Eles transformaram Zawiya em cinzas", disse um morador. Outras testemunhas afirmaram que a troca de tiros foi intensa e que mulheres e crianças pequenas estão entre os mortos. O correspondente da BBC no país Jeremy Bowen ouviu um relato sobre a morte de um menino de cinco anos, assassinado por homens de Khadafi que invadiram sua casa para colocar um atirador de elite no telhado. Em Ras Lanuf, o governo usou aviões e helicópteros para bombardear redutos dos rebeldes e também áreas residenciais. A cidade é um importante centro petrolífero do país considerado chave para conter o avanço dos grupos anti-Khadafi. Vergonha Segundo Bowen, o fato de Zawiya estar controlada por rebeldes mesmo sendo tão próxima de Trípoli era uma vergonha para o governo. Ele explica, porém, que o cenário agora pode mudar, já que as ofensivas do líder líbio podem incentivar outros líderes árabes na região a tirarem uma simples conclusão: se você está enfrentando problemas, use a força que funciona. A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, afirmou nesta terça-feira que cabe à ONU, e não aos EUA, decidir sobre a imposição de uma zona de bloqueio aéreo no país. Segundo ela, é crucial que essa medida parta do povo líbio e tenha apoio internacional. Pouco antes, o secretário-geral da Conferência Islâmica, a maior organização de países muçulmanos do mundo, disse apoiar a imposição de uma zona de exclusão para impedir que as tropas do governo sigam bombardeando seus opositores. O chanceler britânico William Hague disse que o bloqueio aéreo é uma possibilidade prática, mas que precisa de mais apoio legal e também da comunidade internacional. 'Negociação' Ainda nesta terça-feira, os opositores disseram ter rejeitado uma proposta do governo de dialogar sobre a saída do líder líbio. A notícia de uma suposta tentativa de acordo havia sido veiculada pela TV Al-Jazeera. Em entrevista à BBC Árabe, Mohsen Al-Ghariani, membro da opositora Frente Nacional para a Salvação da Líbia, disse que não haverá diálogo com Khadafi até que ele renuncie O líder líbio á recusou deixar o poder diversas vezes, alegando que não ocupa um cargo oficial e por isso seria impossível renunciar. O correspondente da BBC em Benghazi, cidade controlado pelos rebeldes no leste do país, disse que há uma aparente divisão entre os opositores. Enquanto alguns afirmam que há um diálogo com Khadafi para negociar sua saída, outros negam a existência de qualquer negociação. Alto Comissariado de Refugiados das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) afirmou que a situação na fronteira da Líbia com a Tunísia está agora sob controle, após mais de 100 mil pessoas terem deixado o país desde que a crise começou. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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