Fox News teme processos por minimizar ameaça do coronavírus 

Segundo jornalista que cobre o canal americano, principais âncoras da emissora se expuseram ao afirmar que o vírus era uma 'farsa'

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Por Redação

WASHINGTON - O canal americano Fox News está preocupado em ser processado por telespectadores em razão da sua cobertura sobre o coronavírus, segundo o jornalista Gabe Sherman, da revista Vanity Fair e da emissora MSNBC. Analistas, porém, acham que ações judiciais são pouco prováveis no caso, por causa da Primeira Emenda da Constituição, que garante a liberdade de imprensa. 

Segundo Sherman, diretores do canal estariam receosos pela forma como Fox fez a cobertura no início da pandemia e como isso pode expor o veículo a processos de telespectadores que tenham se sentido enganados e até tiveram parentes mortos em razão do vírus. 

O apresentadorSean Hannity, da Fox News Foto: Mike Segar/Reuters

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A Fox News é um canal conservador e tem sido a mais importante fonte de informação dos eleitores republicanos. 

Pesquisas mostram que a opinião dos republicanos sobre o coronavírus é “completamente diferente” da de “cidadãos que se informam por fontes variadas”. “A Fox News tentou seguir sua cartilha original, tratando o caso como uma farsa e dizendo que não passava de mais uma tentativa dos democratas de prejudicar Donald Trump. Mas eles não puderam impedir a realidade”, disse Sherman. A reportagem afirma que a família Murdoch, dona da Fox News, já toma medidas para se proteger. 

Vários âncoras da emissora, como Trish Regan e Sean Hannity, afirmaram que o coronavírus era uma “farsa”. Os apresentadores tentaram minimizar a ameaça, comparando o vírus à violência armada em Chicago e argumentando que a pandemia era menos mortal que uma gripe comum. O canal mudou seu discurso depois que Trump declarou emergência nacional no país e começou a determinar o isolamento social. 

“A Fox News errou, mas é difícil imaginar uma teoria jurídica plausível sob a qual ela possa ser processada”, disse Susan Hennessey, analista jurídica da CNN. 

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