Gabinete geral de Israel aprova acordo de cessar-fogo em Gaza; trégua deve iniciar no domingo

Trinta e três reféns israelenses devem ser libertados na primeira fase do acordo com o Hamas, que prevê a saída de centenas de prisioneiros palestinos e uma trégua de seis semanas

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

TEL-AVIV - O governo de Israel aprovou o acordo de cessar-fogo e libertação de reféns com o grupo terrorista Hamas após horas de deliberações, disse o gabinete do primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu na madrugada de sábado, 18, horário local (noite de sexta-feira em Brasília). Com a ratificação de Israel, o cessar-fogo deve passar a valer a partir do próximo domingo, 19.

PUBLICIDADE

O governo israelense anunciou a aprovação após 1h, horário de Jerusalém. A reunião do gabinete pleno durou horas, ultrapassando o início do Sabbat (sábado judaico), refletindo a importância do momento. De acordo com a lei judaica, o governo israelense geralmente interrompe todas as atividades durante o sábado, exceto em casos de emergência de vida ou morte.

“O governo aprovou o plano de libertação dos reféns”, afirma o texto divulgado pelo gabinete de Netanyahu. “O plano de libertação de reféns entrará em vigor no domingo, 19 de janeiro de 2025”, acrescenta.

Segundo a imprensa de Israel, o acordo teve 24 ministros votando a favor e oito contra. Com a aprovação, segundo o Times Of Israel, os oponentes ainda podem recorrer ao Tribunal Superior de Justiça, embora seja improvável que o tribunal volte atrás com a aprovação.

Publicidade

Mais cedo, o gabinete de guerra de Netanyahu aprovou o acordo e recomendou que o gabinete geral fizesse o mesmo. As votações eram esperada para quinta-feira, 16, mas foram adiada em meio a disputas de última hora com o Hamas e divergências sobre o acordo entre partidos de extrema direita que fazem parte da coalizão de Netanyahu.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, participa de uma coletiva de imprensa em Jerusalém, Israel  Foto: Ohad Zwigenberg/AP

Na quinta-feira, o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, ameaçou renunciar e remover seu partido do governo israelense se o gabinete aprovasse o cessar-fogo, dizendo que isso deixaria o Hamas no poder em Gaza.

O acordo deixa Israel e o Hamas um passo mais perto de acabar com os 15 meses de guerra que resultaram nos conflitos mais mortais e destrutivos de sua história.

Libertação de reféns

O acordo de três fases — com base em uma estrutura estabelecida pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e endossada pelo Conselho de Segurança da ONU — deve começar com a libertação gradual de 33 reféns ao longo de um período de seis semanas, incluindo mulheres, crianças, idosos e civis feridos em troca de centenas de prisioneiros palestinos que estão nas prisões israelenses.

Publicidade

Entre os 33, estariam cinco soldados israelenses, cada uma das quais seria libertada em troca de 50 prisioneiros palestinos, incluindo 30 terroristas condenados que estão cumprindo penas perpétuas. Ao final da primeira fase, todos os reféns civis— vivos ou mortos — terão sido libertados.

Israelenses protestam por um cessar-fogo na Faixa de Gaza em Tel-Aviv, Israel  Foto: Jack Guez/AFP

Como parte do acordo, Israel também soltará palestinos. Nesta sexta-feira, o Ministério da Justiça de Israel publicou uma lista de 95 prisioneiros que devem ser libertados no domingo.

A lista incluía 25 prisioneiros homens programados para serem soltos, todos com menos de 21 anos, e 70 prisioneiras mulheres. Os prisioneiros mais jovens que serão soltos têm 16 anos.

Durante esta primeira fase de 42 dias, as forças israelenses se retirariam dos centros populacionais de Gaza, os palestinos seriam autorizados a começar a retornar para suas casas no norte do enclave. Além disso, haveria um aumento na ajuda humanitária, com cerca de 600 caminhões entrando a cada dia no enclave.

Publicidade

Militares israelenses disseram nesta sexta-feira que as tropas em Gaza já estão se preparando para a implementação do cessar-fogo.

Os detalhes da segunda fase ainda devem ser negociados durante a primeira fase. Esses detalhes continuam difíceis de resolver — e o acordo não inclui garantias por escrito de que o cessar-fogo continuará até que um acordo seja alcançado, sinalizando que Israel poderia retomar sua campanha militar após o término da primeira fase.

Lista de reféns

Publicidade

O Fórum de famílias de reféns de Israel anunciou a identidade dos 33 reféns que devem ser libertados na primeira fase do cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas. Israel não confirmou o estado de saúde dos reféns, mas Tel-Aviv acredita que a maioria dos sequestrados estão vivos.

O gabinete do primeiro-ministro deve anunciar os nomes dos sequestrados libertados em cada dia do cessar-fogo. O bebe Kfir Bibas, de apenas 1 ano, está na lista, assim como o de seu irmão Ariel Bibas, de cinco anos, e seus pais, Shiri e Yarden Bibas. O argentino-israelense Yair Horn, de 45 anos, também deve ser libertado. A reportagem do Estadão conversou com seu pai, Itzik Horn, após o aniversário de um ano dos ataques do Hamas.

1. Liri Albag

2. Itzhik Elgarat

Publicidade

3. Karina Ariev

4. Ohad Ben-Ami

5. Ariel Bibas

6. Yarden Bibas

Publicidade

7. Kfir Bibas

8. Shiri Silberman Bibas

9. Agam Berger

10. Romi Gonen

Publicidade

11. Danielle Gilboa

12. Emily Damari

13. Sagui Dekel-Chen

14. Yair Horn

Publicidade

15. Omer Wenkert

16. Alexander Troufanov

17. Arbel Yehud

18. Ohad Yahalomi

19. Eliya Cohen

20. Or Levy

21. Naama Levy

22. Oded Lifshitz

23. Gadi Moshe Moses

24. Avera Mengistu

25. Shlomo Mansur

26. Keith Siegel

27. Tsahi Idan

28. Ofer Calderon

29. Tal Shoham

30. Doron Steinbrecher

31. Omer Shem-Tov

32. Hisham Al Sayed

33. Eli Sharabi

Comentários

Os comentários são exclusivos para cadastrados.